Gastrite: causas, sintomas e tratamentos
Conheça as causas da gastrite no detalhe e como funciona o tratamento adequado

A gastrite é uma inflamação na mucosa do estômago que pode causar sintomas como dor, queimação, náuseas e sensação de estômago cheio. Essa condição pode ser causada por diversos fatores, incluindo infecção pela bactéria Helicobacter pylori, uso excessivo de anti-inflamatórios, consumo de álcool, tabagismo e até mesmo estresse.
O tratamento depende da causa subjacente e pode envolver mudanças na alimentação, uso de medicamentos para reduzir a acidez gástrica e, em alguns casos, antibióticos para eliminar a infecção bacteriana.
Além disso, saber quais alimentos evitar e quais são recomendados pode contribuir significativamente para a melhora dos sintomas e prevenção da doença.
Este artigo foi elaborado pela farmacêutica Júlia Takiuti, com apoio de referências bibliográficas da Federação Brasileira de Gastroenterologia e do Manual MSD, garantindo informações atualizadas e embasadas cientificamente sobre a gastrite, seus sintomas, causas e formas de tratamento.
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O que é gastrite
A gastrite é a inflamação da mucosa do estômago, podendo ser aguda ou crônica. Em alguns casos, pode ser assintomática, mas muitas pessoas sentem dor, azia e desconforto abdominal.
O problema pode ser causado por infecção bacteriana, uso excessivo de anti-inflamatórios ou hábitos alimentares inadequados.
A inflamação pode levar a sintomas leves a severos e, se não tratada adequadamente, pode evoluir para complicações como úlceras gástricas e sangramentos digestivos.
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Tipos de gastrite
A gastrite pode ser classificada de acordo com sua evolução e etiologia, os principais são:
- Gastrite aguda: inflamação súbita da mucosa gástrica, geralmente associada a uso de AINEs, infecção bacteriana ou intoxicação alimentar.
- Gastrite crônica: evolui lentamente e pode estar relacionada à infecção por H. pylori, condições autoimunes ou irritação contínua da mucosa.
- Gastrite erosiva: caracteriza-se por lesões na mucosa, podendo levar a sangramentos gastrointestinais.
- Gastrite autoimune: ocorre quando o sistema imunológico ataca as células da mucosa gástrica, frequentemente associada à má absorção de vitamina B12 e a anemia perniciosa
- Gastrite aguda por estresse ou Gastrite nervosa: relacionada ao estresse e ansiedade, podendo agravar os sintomas digestivos.
Os sintomas variam conforme a gravidade do quadro e a causa subjacente. Entre os mais comuns estão:
- Dor epigástrica (sensação de queimação ou ardência na parte superior do abdome);
- Plenitude gástrica precoce (sensação de estômago cheio rapidamente ao comer);
- Náuseas e, em alguns casos, vômitos;
- Refluxo gástrico e azia;
- Sangramento digestivo (em casos mais graves, evidenciado por vômito com sangue ou fezes enegrecidas);
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A gastrite tem causas multifatoriais, sendo as mais relevantes:
- Infecção por H. pylori: bactéria que coloniza a mucosa gástrica, promovendo inflamação e aumentando o risco de úlcera péptica;
- Uso prolongado de AINEs: medicamentos como ibuprofeno e naproxeno reduzem a produção de prostaglandinas protetoras da mucosa gástrica, favorecendo lesões;
- Consumo excessivo de álcool e tabagismo: substâncias que agridem diretamente a mucosa gástrica;
- Doenças autoimunes: como a gastrite atrófica autoimune, que destrói células produtoras de ácido gástrico.
O tratamento depende da causa subjacente e da gravidade do quadro. As abordagens incluem:
- Erradicação do H. pylori: quando a bactéria está presente, o tratamento envolve antibióticos associados a inibidores da bomba de prótons (IBPs);
- Uso de medicamento inibidores da bomba de prótons: fármacos como omeprazol, pantoprazol e esomeprazol reduzem a produção de ácido gástrico, favorecendo a cicatrização da mucosa;
- Modificação na dieta e estilo de vida: evitar alimentos irritantes e reduzir o consumo de álcool e tabaco são medidas essenciais;
- Suspensão de AINEs, quando possível: em casos onde o uso desses medicamentos é essencial, recomenda-se a proteção gástrica concomitante.
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Remédio para gastrite: o que tomar
Todo medicamento deve ser utilizado apenas sob orientação médica ou de um profissional de saúde habilitado para prescrever, orientar e acompanhar o tratamento de forma adequada.
No caso da gastrite, o uso indiscriminado de antiácidos e protetores gástricos pode mascarar os sintomas, retardar o diagnóstico correto e até agravar o quadro. Um tratamento adequado deve levar em consideração a causa subjacente da doença, garantindo maior eficácia e segurança para o paciente.
Entretanto, alguns medicamentos mais usados no tratamento da gastrite são:
- Inibidores da bomba de prótons (IBPs): ajudam a promover aicatrização da mucosa.
- Bloqueadores H2: como ranitidina e famotidina, reduzem a produção de ácido gástrico.
- Antiácidos: neutralizam temporariamente a acidez estomacal.
- Protetores da mucosa gástrica: sucralfato e misoprostol auxiliam na regeneração da mucosa e quando bem indicado sao uma boa opcao inclusive para pediatria.
- Antibióticos: são utilizados no tratamento da infecção por H. pylori.
Há riscos no uso de remédios tarjados? Conheça as precauções importantes.
Como evitar a gastrite
Alguns cuidados são importantes para o que o evento da gastrite ou do desconforto estomacal estejam presente no dia a dia como:
- Adotar uma alimentação equilibrada, evitando alimentos ultraprocessados;
- Reduzir o consumo de álcool e suspender o tabagismo;
- Gerenciar o estresse, pois a gastrite pode ser exacerbada por fatores emocionais;
- Evitar o uso indiscriminado de anti-inflamatórios.
Em caso de pessoas com gastrite autoimune os hábitos saldáveis ajudam a minimizar as crises e a evolução da doença, por este motivo o diagnóstico e o tratamento são tão importantes.
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O que não pode comer com gastrite?
É interessante evitar alimentos com potencial irritativo ao estômago, como por exemplo:
- Café e bebidas alcoólicas;
- Refrigerantes e sucos cítricos;
- Condimentos picantes e molhos industrializados.
- Arroz, legumes cozidos e carnes magras;
- Frutas não ácidas (como banana e maçã);
- Pães integrais e cereais leves;
- Chás calmantes (como camomila e erva-doce);
- Iogurte natural, que pode auxiliar na microbiota gástrica.
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A gastrite pode ser controlada e, em alguns casos, curada, especialmente quando sua causa é identificada e tratada adequadamente. No caso da infecção por H. pylori, a erradicação bacteriana leva à remissão completa. Já a gastrite crônica pode exigir acompanhamento contínuo para evitar complicações.
Atenção! As informações contidas neste artigo têm caráter informativo. Consulte sempre um profissional de saúde antes de iniciar qualquer tratamento medicamentoso. A automedicação pode ser prejudicial. Siga as orientações e prescrições de um profissional de saúde qualificado e respeite as regulamentações da ANVISA para o uso seguro e adequado de medicamentos.
Fontes bibliográficas:

