Um livro delicado
Recomendo
"Um crime delicado" consegue ao mesmo tempo ser um livro experimental e comum. Experimental porque tem um enredo que foge do padrão e uma construção narrativa bastante suis generis - quebra de quarta parede, uma cadência narrativa toda diferente que insere digressões até sobre o teatro; comum porque não deixa grandes marcas no leitor após sua conclusão. A história é até muito simples: um crítico de teatro encontra pela vida uma modelo e desenvolve uma obsessão pela moça. Quando eles trombam no metrô e o sujeito percebe que Inês é manca tal obsessão se radicaliza. Daí ele se sente no direito de ter ciúmes, de cobrar determinadas posturas, de dar pitaco no envolvimento da modelo com o artista que a pinta - e coisas piores que vão parar na justiça. Uma boa história - e só -, com alguns altos e baixos e referências a Nelson Rodrigues e Proust. A edição é bem simples, sem textos de apoio, confortável para a leitura.
Thales
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