Um grande obra do pensamento oriental
Recomendo
Um dos livros básicos do hinduísmo e de todas as suas derivações, o Bhagavad Gita é também uma belíssima obra literária e um tratado de Filosofia Oriental. O livro faz parte de um relato mais amplo, o Mahabharata, que conta a história da guerra dos pandavas com os karauvas pelo trono. O arqueiro Arjuna, um pandava, olha os dois exércitos que estão prestes a se envolverem em uma sangrenta batalha (4 milhões de pessoas irão morrer) e reconhece mestres, parentes, amigos do lado de seus inimigos. Em desespero, está prestes a desistir da batalha, pois é um dever não matar seus parentes e mestres, mas, para ele que é um guerreiro, é também um dever lutar. Pede então a seu amigo, e condutor de seu carro, Krishna, que o ensine. Krishna ensina que todos os homens ali já estão mortos, e, ao mesmo tempo, que são imortais. Por isso, Arjuna deve fazer seu dever, mas, para alcançar a paz, deve fazê-lo com desapego, sem esperar qualquer resultado, sem esperar qualquer recompensa. Só esse tipo ação (dharma) tem valor, se ele quer serenar seu espírito, pois existem três disciplinas que podem produzir a paz: a disciplina do conhecimento e da luz (Jnana Yoga), a disciplina da devoção e do amor (Bhakti Yoga) e a disciplina da ação (Karma Yoga). Depois de ser ensinado, e de perceber que todo o universo está interconectado por causas produzidas por essa ação, Arjuna decide lutar. Apesar da Filosofia Oriental se expressar de um modo muito diferente da Ocidental, entremeada com conceitos religiosos, há conceitos puramente filosóficos, muito semelhantes ao Estoicismo e às filosofias de Platão e de Aristóteles. O capítulo 12 deu origem à letra da canção Gita, de Raul Seixas e Paulo Coelho.
Marcelo
• Via Amazon