O “Nonsense” de Gógol
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Em termos gerais a palavra “Nonsense” abarca em sua etimologia os seguintes termos: […] “Nonsense” é o substantivo em inglês que significa “sem sentido”, “absurdo” ou “contrassenso” e indica manifestações contrárias à lógica. Esta palavra é formada por “non” (significa não, é um elemento de negação) e “sense” (que significa sentido). É comum designar como “nonsense” um discurso tolo, sem significado ou com pouco sentido. A palavra “nonsense” também pode designar uma conduta ou ação que é imprudente, insubordinada ou questionável Com base nesta definição podemos afirmar que Nikolai Gógol (1809-1852) é um dos precursores deste tipo de narrativa. Não é preciso muita hermenêutica para se entender que os seu contos carregam em suas linhas essa seiva literária do “Nonsense”. Como prova empírica, usando os sentidos, basta imaginar que acordamos sem o nariz ( “O Nariz”), e que, portanto, somos tolhidos do sentido do olfato. Essa descrição é absurda, evidentemente. Todavia, preenche totalmente o sentido da palavra “nonsense” Um fragmento da obra " O Nariz" traz em seu bojo nuances objetivas daquilo que se consubstancia como "Nonsense": [...] "Para seu imenso espanto, percebeu que o lugar que seu nariz deveria ocupar apresentava apenas uma superfície lisa! Alarmado, Kovaliov apanhou água e esfregou os olhos com uma toalha de rosto. O nariz havia desaparecido por inteiro! Apalpou-se, beliscou-se para se convencer de que não estava mais dormindo: não, estava muito bem acordado. Kovaliov pulou da cama e agitou-se: continuava sem o nariz!... Vestiu-se de imediato e foi direto ao chefe de polícia. Deveras, ao fazer a leitura das peças teatrais também poderemos observar os absurdos ilógicas de situações diversas. Que que confere comicidade em tais encenações. Nesta obra de peças teatrais de Gógol podemos vislumbrar o “Nonsense” e a tenacidade da sua escrita . Neste livro temos as seguintes peças: • "O Inspetor geral" ( não será mera coincidência com a atitude de muitos políticos da América Latina) • "Os Jogadores" • "O Casamento" • "À saída do teatro" ( depois de uma representação de uma nova comédia) • "Desenlace de O inspetor Geral" Hoje podemos derivar muita satisfação da leitura de tais peças e, diante de tudo que sabemos da história contemporânea, as narrativas de Gógol teriam elementos subjetivos ainda maiores para à criação literária do “Nonsense”. O nosso contexto está permeado e saturado de sobejos casos absurdos e tão divorciados de elementos lógicos, que Gógol teria um terreno extremamente produtivo intelectualmente.
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