Melhor do que "Elefante", mas ainda assim meio ruim
Não Recomendo
Tento salvar boas poesias num mar de psicodelia preguiçosa, vovôs que não leem nada e escrevem muito (mais do que escrever, gostam de MOSTRAR o que escrevem) e negócios superestimados. Conheci o Alvim numa compilação. Dos poucos poemas que gostei de uma seleção de vários autores, uma parte era de poemas dele. Pensei que pudesse aproveitar mais peças suas, então comprei dois livros: "Elefante", que só não me estragou o dia porque tento ser estoica, e este "O metro nenhum". Do "Elefante" não salvei nada: nenhuma gracinha, nenhuma comparação, nenhuma "crítica social" (que alegaram que estufava o livro e falaram como elogio; tem quem ache que "crítica social" salva qualquer arte). Deste "O metro nenhum" salvei algumas coisas, mas poucas, como: "Na casa ao lado o cachorrão está tentando enrabar o bassê este para se defender configurou uma coreografia complicadíssima por entre as hercúleas patas do sedutor, circular e torvelinhal" Gostei da descrição da cena e dei uma risadinha quando li. Também salvei o "Histórias de neto", que começa com: "São muito chatas Mas esta vale a pena" E valeu, mesmo, como raras valem. Salvei o "Praias vizinhas", curtinho: "Vocês certamente se conhecem e talvez até se admirem" Fora esses, salvei poucas coisas mais. Na minha opinião, Alvim, como a maioria dos poetas estimados, é superestimado. Reconheço algum brilho aqui e ali, mas a maioria do que escreve é devaneio, exercício, não vale a pena e até causa irritação. Se não se tivesse em tão alta conta, poderia ser mais paciente e escrever melhor. Mas é difícil cobrar isso de alguém que já está com a vida feita e publica por boa editora sem esforço.
Barbara
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