“Fechem este maldito livro. Vão ler algo bom. Leiam um clássico.”
Não Recomendo
Nem é preciso seguir a recomendação do personagem, feita na página 254, de fechar o livro e ir ler UM CLÁSSICO, pois inúmeros textos não clássicos já são melhores que este “O grifo de Abdera”. É o primeiro livro que leio do Mutarelli, não faço ideia de como são os outros (depois vou testar, tenho mais dois dele em casa), mas, minha nossa, que romance chato e pedante. Poucas passagens se salvam, os personagens são mal-arranjados, as referências soam artificiais, a história em quadrinhos que vai da página 111 à 191 parece resultado de grande perturbação mental – também ela com inúmeras referências a filmes, TV e quadros que não salvam nada –, o final é palhaçada de quem não sabe desfechar e apela ao blasé. E a “louca criatividade” da trama é só bagunça, não tem dessas de “o trabalho impenetrável do gênio incompreendido”. A confusão da história não é genialidade, mas zona. Quem quer bom texto marginal que vá ler os Trópicos do Henry Miller – aí está, que vá ler esses CLÁSSICOS em vez do desvario de “O grifo de Abdera”. Vi uma entrevista do Mutarelli para o SESC TV em que ele diz já ser “perfeito”. O autoelogio exagerado ajuda a explicar essa obra narcísica que se exibe demais e entrega de menos. Só li até o fim porque tive curiosidade em saber qual era o limite da perdição. O limite é a última página física, mesmo, porque se dessem adicionais 10, 50 ou 100 páginas para o autor, não duvido que ele teria se arruinado ainda mais. Não recomendo. Passarei adiante.
Barbara
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