O Compromisso - Müller, Herta - 9788525037435

Muito bom!!!

Muito bom!!!

Em setembro de 2023 • Via Amazon

Genial!

A atmosfera de opressão vivia pela personagem (e que é marca da obra da autora) está em tudo. Nas frases curtas que ela usa, no regime comunista que relata, e na maneira como as mulheres são tratadas pelos homens e pela sociedade, muito presentes nas passagens da vida e nas confissões da personagem que ela vai relembrando no caminho de trem (espaço físico de praticamente todo o livro). Muito se fala em autoras feministas e, de fato, vivemos um bom momento da literatura neste aspecto, mas, para mim, Herta Muller é quem melhor relata o machismo que vivemos, seja no Brasil atual ou na Romênia comunista de décadas atrás. Vi pessoas falando que o livro não anda e é entediante. Pra mim não foi, pelo contrário. Acho que ela solta aos poucos grandes segredos da personagem - absolutamente chocantes, que conferem muito movimento à história. Para os leitores mais práticos e diretos, que gostam de históricas com começo, meio e fim, não recomendo esse livro. Embora ressalte que o fim é genial. Gostei muito do fato de a personagem não ter nome. Sobretudo porque, da maneira como o livro é escrito, o leitor desenvolve um laço muito intimo com a personagem - viaja com ela de trem e ainda escuta as suas confissões mais secretas. Penso que, para criar um clima de opressão típica de uma ditadura, não saber o nome da personagem faria o ouvinte, no caso o leitor, "viver mais seguro". CONTÉM SPOILER: Por várias vezes eu me perguntei como o livro terminaria. Pensava que ela iria apenas chegar ao destino e a história simplesmente acabaria. No entanto, eu estava enganada. A personagem termina enlouquecendo. De novo, mais uma vez a autora foi coerente com o clima de ditadura, afinal, o que pretendem os torturadores se não deixar os torturados loucos? O que acontece com uma pessoa que vive uma pressão diária? Ela explode ou implode... O final foi genial.

Em outubro de 2022 • Via Amazon

Escrita e estilo não muito claros

Achei certas passagens da narrativa ininteligíveis. Não sei se foi a tradução do alemão que não foi muito boa ou se a escritora não foi muito clara mesmo.

Em novembro de 2021 • Via Amazon

Amor e ódio

Há alguns livros que não são feitos para nós, e esse não foi feito para mim. Durante a leitura vivi uma relação de amor e ódio com este livro, em que haviam momentos sublimes e outros em que desejava fechá-lo para nunca mais o abrir. Talvez o meu problema tenha sido a expectativa que tinha da premissa de enredo: uma mulher que é interrogada pela polícia secreta do governo comunista romeno por ter enviado cartas para Itália a fim de casar-se com quem a tirasse de lá. A primeira ideia que me veio à cabeça foi que mostraria o mundo de horror que esta mulher vivia. De fato, a vida da protagonista é um eterno sofrimento, saindo de um, para em seguida cair em outro, sendo traída por todos e até por si mesma; uma mulher forte que jamais se rende, apesar de todas as rasteiras, continua lutando sem jamais se resignar ou conformar com aquela vida. Entretanto, ao longo do texto são narrados tantos por menores sem importância e outras coisas que não conseguia conectar à história que tornaram a minha leitura desagradável. A autora utiliza a técnica de fluxo de consciência que de certa forma, funciona bem, pois, enquanto a personagem está indo para o interrogatório as lembranças vão surgindo e se alternando em sua mente, o problema é que há uma quantidade incrível de lembranças irrelevante que mascaram o potencial da história. Além disso, Herta Muller tem um estilo que não me agradou muito, com suas frases curtas e ausências de interrogação. Contudo, como disse no início, há momentos que a leitura é muito boa, em especial é quando a personagem está relembrando questões mais políticas, vivenciados por ela ou que ela apenas conhece, essas pequenas passagens, que mostram a vontade humana de viver, são sublimes. O grande problema é o sufocamento dessas passagens. Dessa forma, esse não é um livro que indicaria ou daria de presente a ninguém, mas também, jamais indicaria a não leitura, acho apenas que ele não foi escrito para mim.

Em julho de 2018 • Via Amazon