De impacto e que nos confronta
Recomendo
Espiritualidade deve nos confrontar com nós mesmos. Normalmente esquecemos de tirar o cisco do próprio olho antes de nos enxergar e de enxergar o outro. O relato autobiográfico do Leloup é um ato penitencial. É o olhar para as próprias sombras e mazelas para poder abraçar a luz. Ver o que Deus é capaz de fazer em nossas vidas se o buscamos verdadeiramente e se vivemos, se nos "sujamos" na poeira do mundo, buscando ser luz. É um despojar-se de si, é uma vivência para além de lados, onde a dualidade da graça e do absurdo não estão jamais separadas. Mais tarde, experimentei isso em experiências pessoais de vida e morte (e que são duas faces da mesma moeda) em que a nossa dimensão humana é puro absurdo, mas ao aceitar que nasço biologicamente, mas nasço também para o Alto, descubro Deus que se faz homem e que não dissocia suas dimensões, divina e humana. Nós é que temos que alcançá-lo. Como qualquer livro, leia de forma crítica, mas aberta. Não tenho nenhum receio em dizer que depois da Bíblia e das Confissões de Santo Agostinho, talvez seja o livro que mais faça você se rever e realizar um exame de consciência compassivo e lúcido diante da sua crença, diante de si, diante da vida.
Afrânio
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