Mais Blake por Manuel Portela no Brasil!
Recomendo
Nesta edição, foi reproduzida uma edição originalmente portuguesa, traduzida por Manuel Portela, que já traduziu quase toda a obra de William Blake - uma empreitada que nunca foi sequer esboçada no Brasil. Dos livros iluminados, falta só "Jerusalém", e de resto: "A Revolução Francesa", dois livros proféticos incompletos e aquela coleção de poemas de juventude, que quero crer que ele ainda irá traduzi-los, pois mesmo o incompleto (e muito interessante) "Uma Ilha na Lua" já foi traduzido. A poesia de Blake, se comparada a maioria dos outros poetas, seja de sua geração ou do romantismo de modo geral, não é muito difícil de ser traduzida fielmente, não exige tanto esforço do tradutor para encontrar soluções difíceis. Não quero tirar o mérito do Manuel Portela, nem insinuar que qualquer um o traduz. Talvez apenas dizer que ela não convida a "transcriações criativas", "triduções" etc. Sendo assim, a tradução segue com rigor, no mais que puder, o texto original (que é reproduzido ao lado), o que se percebe também pela escolha em seguir muito das peculiaridades de Blake (como em relação a pontuação, por exemplo, mas não completamente, pois em certos momentos prejudicaria a sintaxe da língua portuguesa). Todas as edições das traduções de Blake por Manuel Portela são acompanhadas de gravuras a cores, algumas integralmente (além de Milton, as "Songs..." também), outras parcial mas substancialmente (as edições dos livros iluminados e das visões possuem mais de 30 cada), além de textos introdutórios ou ensaios - aqui, em Milton, há uma introdução muito boa de 15 páginas e um glossário mitológico NECESSÁRIO no final (sempre senti falta de algo assim nas demais edições brasileiras do William Blake - eu tinha que pesquisar sempre na internet sobre os Zoas, Albion etc, pois praticamente nem estudo sobre o autor existe na Bolsolulândia!). E seria excelente se a Nova Alexandria comprasse os direitos das demais edições! Aproveita e traz pra cá suas traduções do Laurence Sterne também, visto que um livro importantíssimo, como "A Vida e Opiniões de Tristram Shandy", está há décadas fora de catálogo - enquanto lá, em Portugal, encontra-se facilmente disponível em capa dura.... A qualidade física da edição da Nova Alexandria fez jus à reprodução de tal trabalho - miolo em papel pólen soft de 80g e reprodução integral das gravuras a cores. A dimensão de 23x16 é um pouco menor que a edição portuguesa (24x17), mas ainda bem apropriada para a reprodução das gravuras (que originalmente são menores que isso). E a capa é mais bonita que a da editora Antígona.
André
• Via Amazon