Um livro importante para a atualidade, mais do que nunca!
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Um dos livros mais chocantes que li nesses últimos meses. O livro Herege, de Ayaan Hirsi Ali, narra corajosamente a realidade do islamismo, que nós, ocidentais, por sermos educados e criados sob práticas cristãs, desconhecemos. É um livro importante para que venhamos a chegar à conclusão de que não conhecemos a verdadeira face do islamismo. Muitos de nós acham que os atentados terroristas que ocorrem em vários lugares não têm nenhuma conexão com o islã, mas Ali mostra, enfaticamente, que há uma plena conexão entre a fé muçulmana e os atentados terroristas, e que devemos sempre associar esses atentados ao islamismo, já que sua prática é defendida pelo Alcorão. Ayaan Hirsi Ali inicia sua obra de forma categórica, alegando que "o islamismo não é uma religião pacífica", e que, mesmo milhares de muçulmanos não sendo terroristas e vivendo suas vidas em paz, uma parcela — algo em torno de 10% — é composta por extremistas religiosos, que não conseguem e não podem viver num ambiente democrático, onde as diferenças são defendidas. Ao citar os 10%, parece um número pequeno, quando não se tem noção do total de adeptos do islamismo no mundo, que chega a cerca de 1,9 bilhão. Ou seja, 10% representam 190 milhões de muçulmanos extremistas! Muito mais que a população da Argentina (47 milhões de pessoas) e mais da metade da população do Brasil (212 milhões de pessoas). Trata-se, portanto, de um número expressivo demais para ser ignorado pelo Ocidente. Soma-se a isso o fato de que muitos atentados terroristas foram realizados por pessoas sem histórico de extremismo. E é isso que Ali quer enfatizar também. Um dos intuitos de seu livro é mostrar como o extremismo muçulmano, aprovado pelo Alcorão e defendido por muitos clérigos islâmicos, tem seduzido a juventude para essa ala dos horrores: o terrorismo, as guerras, a repressão de mulheres, homossexuais e outras minorias. Ali descreve, de forma triste e real, a ignorância de muitos ditos progressistas — principalmente defensores dos direitos das mulheres e dos homossexuais — que são facilmente seduzidos pelo lado dos islâmicos. Faço questão de citar um trecho dela: "Vocês que se intitulam liberais precisam entender que é seu modo de vida que está sendo ameaçado. Tirem o meu direito de falar livremente e porão o seu em perigo no futuro. Aliem-se aos islâmicos e arquem com as consequências. Tolerem a intolerância deles e arquem com as consequências." (p. 35) É claro que muitos muçulmanos vivem de forma pacífica, respeitando os direitos humanos e as liberdades democráticas. Contudo, o alerta da autora é sobre como determinadas interpretações do Alcorão ainda respaldam práticas que colocam em risco essas conquistas. Portanto, ela propõe que o Ocidente defenda as liberdades conquistadas a alto custo. E que qualquer muçulmano que queira morar em terras ocidentais deverá aceitar as leis e os direitos democráticos. Infelizmente, o Ocidente está refém de si mesmo, por causa de suas próprias práticas, ao querer criminalizar opiniões contrárias. Porém, não existe o direito de não ser ofendido. Se vivemos num ambiente democrático, com várias opiniões e visões, certamente a ofensa surgirá em um debate. Infelizmente, hoje, se alguém disser algo que me entristeça, me faça sentir mal ou simplesmente discorde de mim, posso taxá-lo de extremista, ou colar-lhe algum rótulo com o sufixo “-ista”. Enfim, a desestabilização está plantada, e nessa rachadura, os muçulmanos extremistas estão aproveitando para romper de vez o tecido social do Ocidente. No decorrer do livro, Ayaan Hirsi Ali cita exemplos chocantes de assassinatos de mulheres por apedrejamento, respaldados em versículos do Alcorão (que ela menciona!), por simplesmente não quererem se casar com um homem escolhido por seu pai ou avô, ou por simplesmente olharem para um motoqueiro que passou na rua (um caso que ela relata de uma moça que foi apedrejada até a morte). Enfim, o Alcorão defende a proeminência do homem sobre a mulher. O islamismo é uma fé que, em nome da morte e da vida após a morte, ignora o presente. Ao ler esse livro, fiquei chocado! Como o islamismo é diferente de tudo o que o Cristianismo é! Enquanto o Alcorão manda fazer guerra contra os incrédulos, crucificá-los e decapitá-los (Surata 47:4; 5:33; 5:38; Hadith 38, n. 4413), Jesus, nos Evangelhos, nos diz para amarmos nossos inimigos e orarmos pelos que nos perseguem (Mateus 5:43–48; Lucas 6:27–28). Enquanto o Alcorão orienta que os muçulmanos não tenham compaixão dos adúlteros e fornicadores (Surata 24:2) — algo usado para violentar mulheres —, as Escrituras Cristãs mostram o contrário: Jesus conversa com uma mulher samaritana que já havia tido cinco relacionamentos (João 4), e Paulo ensina, em Gálatas 3:28 e Colossenses 3:11, que em Cristo não há distinção entre judeu e gentio, escravo e livre, homem e mulher. Poderia citar outros exemplos que Ayaan relata, e que me fizeram refletir sobre como o Cristianismo criou o Ocidente de modo ímpar, como salientado por vários historiadores sérios, a exemplo de Tom Holland. Eu, como cristão, posso afirmar: o Cristianismo, através de seus frutos, criou o hospital, a universidade, os direitos humanos, o Estado laico, pleiteou causas de mulheres, mendigos e imigrantes, e patrocinou as artes. Não digo isso por causa do islamismo, mas apesar de tudo o que ela narrou, temos um Ocidente que foi criado sob a sombra da cruz, e a narrativa de Ayaan Hirsi Ali serve de alerta — seja você cristão ou não, do Brasil ou de qualquer outro país — de que sim, o islamismo permite a violência. Mas, assim como houve uma Reforma Protestante no Cristianismo, Hirsi Ali propõe uma reforma (que ela mesma reconhece ser extremamente difícil, devido ao fato de que vários reformadores muçulmanos foram perseguidos ou mortos) no islamismo, que retire seus fiéis dos princípios do século VII e os traga para o presente. Ayaan Hirsi Ali foi perseguida por extremistas muçulmanos por defender os direitos das mulheres muçulmanas. Isso a levou a se exilar na Holanda, e, mesmo sendo perseguida lá, refugiou-se nos Estados Unidos. Hoje, ela leciona em Harvard. E, em 2024, após anos de estudos históricos e teológicos, marcados por períodos de depressão, converteu-se ao Cristianismo. Se alguém não concordar com ela ou com o que escrevi, tem pleno direito para tal. Mas Ayaan Hirsi Ali, uma mulher negra, somali, que teve que fugir da violência islâmica, poderá explicar didaticamente o que acontece quando regras de um contexto que não existe mais são colocadas em prática numa época em que tantas conquistas já foram alcançadas. E, finalmente, reiterando: Hirsi Ali, em momento algum, ataca a dignidade dos muçulmanos, mas traz uma narrativa crítica — que é costumeira ao Cristianismo — também ao islamismo. Ela chama a atenção para o fato de que o islamismo precisa urgentemente de uma reforma, que retire o peso da sharia dos ombros de seus fiéis, para que essas violências sejam dissipadas e se tornem apenas uma página na história. Uma crítica à literatura islâmica é necessária e urgente.
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