O primeiro grande poeta da literatura brasileira
Recomendo
Este códice contém os poemas cujo conteúdo demonstram o lado mais íntimo de Gregório de Matos. Há também poemas sobre sua vida amorosa com sua esposa Maria dos Povos, que trocou-o por um homem pobre porém jovem como ela. É a essa sua esposa ingrata que o Poeta dedica o famoso soneto cujos tercetos são mui famosos: "Goza,goza da flor da mocidade, Que o tempo trota a toda ligeireza, E imprime em toda flor sua pisada." "Oh, não aguardes, que a madura idade Te converta essa flor, essa beleza, Em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada." Aqui também, assim como no final do códice anterior, deparamos com a figura de algumas belas mulheres, que foram a razão de viver do Poeta e dentre as quais uma é provavelmente uma fidalgua(Ângela)que não lhe deu sequer um único trocar de olhos. Confesso que as primeiras cento e cinquenta páginas, posto que nelas haja descrições e metáforas belíssimas, — as melhores dos quatro códices —, impera neles um certo teor melancólico mui alto que às vezes deixa a leitura um pouco intediante — na minha opinião —, uma vez que há vários deles em sequência. Mas, no entanto, não deixam de ser super belos. Você precisa ler os poemas escritos na cachoeira que servia de paliativo para as dores de amor das quais o Poeta padecia. Sério: você não vai se arrepender. No final do códice encontramos alguns poemas mui engraçados cujo conteúdo principal é pornográfico. Mas não é uma pornografia repleta de maledicência; antes, são poemas relacionados a assuntos sobre os menbros íntimos tanto dos homens como das mulheres. Por exemplo, perguntaram ao poeta qual o melhor tipo de "vazo"( vargina): se é o carnudo e sem pelos ou o contrário, isto é, magro e cabeludo? E a essa pergunta o Poeta tece versos bem engraçados. Há também um poema no qual dois garotos, um mulato e um criado branco, medem o tamanho do pênis de cada um. Como era de esperar-se, o mulato venceu e o criado, revoltado e triste que ficou, começa a defender a tese de que ter um pênis não muito grande é melhor, porquanto ele atiça-se com maior facilidade e está sempre pronto para brincar durante todas as estações: já ao pênis do mulato ocorre tudo ao contrário. Morri de dar gargalhadas ao ler esse poema: senti-me um retardado em achar graça numa coisa dessa. Mas foi algo legal: confesso! Enfim, tendo lido todos os quatro códices, — não incluo o quinto porque não há nele uma compilação de poemas; na verdade, trata-se de um estudo super detalhado tanto sobre o códice Anseio-Cunha como também sobre a história de Brasil e Portugal durante o período em que Gregório viveu e sobre também a vida deste grande Poeta —, apenas posso dizer que tudo valeu apena: não me arrependo de forma alguma de ter comprado todos esses códices; foi uma excelente aventura, da qual pretendo lembrar-me pelo resto de minha vida! — Passei um mês inteiro lendo apenas Gregório de Matos —. E sempre, um dia ou outro, estarei pegando algum desses livros para ler e reler os meus poemas favoritos que neles encontrei — não são poucos. Há muitos poemas a serem profundamente meditados.
Renan
• Via Amazon