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Eneida - Série Ouro - Col. A Obra-prima de Cada Autor - Virgilio - 9788572325721

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Ficha técnica

Informações Básicas

ISBN9788572325721
ISBN-108572325727
TítuloEneida - Série Ouro - Col. A Obra-prima de Cada Autor
AutorVirgilio
EditoraMARTIN CLARET
GêneroLiteratura EstrangeiraPoesia

Descrição

O menor preço encontrado no Brasil para Eneida - Série Ouro - Col. A Obra-prima de Cada Autor - Virgilio - 9788572325721 atualmente é R$ 45,41.

Avaliação dos usuários

4.9

650 avaliações

Exibimos as avaliações mais relevantes da Amazon

Virgílio foi genial!

Recomendo

Um gênio, amarrou muito bem a história, uma epopéia/propaganda de Roma muito bem escrita, os romanos da época devem ter sentido muito orgulho da obra, e os de hoje devem sentir orgulho de ter em sua história Virgílio.

Marcelo

• Via Amazon

Virgílio, o poeta de um império.

Recomendo

Eneida trata da fundação de Roma e suas origens no povo troiano, em específico no líder Eneias e seus descendentes. Poderíamos dizer que Virgílio buscou captar o perfil do espírito coletivo romano e seu papel histórico que viria a se confirmar através dos tempos. Conforme dito em meus comentários feitos à obra Ilíada, talvez não cause surpresa a um historiador ou leitor experiente, mas o episódio histórico do cavalo de Troia é narrado em Eneida de Virgílio, e não na Ilíada de Homero, como antes eu acreditava. Isso nos faz concluir que Eneida seria uma continuação literária do que foi contado em Ilíada e Odisseia. Sobre a origem de Roma, Tito Lívio, um dos historiadores romanos, confirmava a ideia que ela tinha vindo dos troianos e não dos etruscos (povos que habitavam o norte do Lácio). Portanto, grosso modo, Eneida nada mais é que uma fusão muito criativa de Ilíada e Odisseia, escrita em latim sete séculos depois de Homero, cujo objeto é a fundação de Roma, para enaltecer a cultura romana, encabeçada pelo imperador do momento: Otávio Augusto (em latim, Octavianus Augustus), sobrinho-neto do assassinado Júlio César (100 a.C - 44 a.C). De certa forma, Virgílio imitou/recriou um clássico com base na poesia Homérica, marcado pela ideologia do império romano sob a influência de seu fundador Augusto (63 a.C - 14 d.C). Em um evidente diálogo com as obras de Homero, Eneias é equiparado ao Aquiles de Ilíada e Odisseu (Ulisses para os romanos) de Odisseia, ficando conhecido como o 'herói ético', não épico. A prova maior do diálogo está no canto XX da Ilíada, quando se diz que Eneias está destinado a preservar o povo troiano. Então, com esteio no referido canto, Virgílio a explora para assim criar "Eneida". Para se ter uma ideia da importância da obra, é preciso ser dito que esta poesia de Virgílio já era célebre na época do império romano (27 a.C - 476 d.C), servindo de base literária aos pupilos/jovens da Roma antiga, tendo sido encontrado excertos, em forma de grafite/pichação, de versos nas paredes à época da cidade submersa em larvas de Pompeia. A obra traz também o primeiro 'flashback' da história da literatura (um tipo de estratagema literário, muito utilizado por experientes escritores), quando a rainha Dido pede para Eneias descrever a viagem desde a destruição de Troia, o que a faz ficar apaixonada pelo herói ao fim do conto (desconsiderei aqui a intervenção do Cupido). Ironia da história, com a narração feita à rainha Dido nos Livros II e III, após passar por uma tempestade no mediterrâneo, Eneias vai buscar abrigo justamente na cidade de Cartago (atual Tunis, norte da África – ainda existem suas ruínas), sob os cuidados da rainha Dido, que será a cidade inimiga de Roma até ser a ela anexada em 146 a.C. Durante os primeiros contos, leia-se livros - a obra é disposta de 12 ao total, Eneias tem revelada no decorrer da leitura, uma característica de sua personalidade que julgo notável, para não dizer 'fragilizada', quiçá em decorrência da destruição de sua Troia, muito diferente das personalidades aguerridas dos heróis descritos em Ilíada e Odisseia (Odisseu, Aquiles, Heitor e Diomedes). Há um momento da obra, no Livro VI, talvez o que tenha me causado mais 'thriller', quando Virgílio mostra toda sua perspicácia como escritor, uma vez no templo de Apolo, já do lado da península itálica, Eneias faz o pedido a uma vidente de ser levado ao Hades (lugar em que habitam os mortos - o inferno) e seu falecido pai Anquises lhe apresenta, em estilo 'glimpse of the future', o futuro de Roma (ou seja, os descendentes de Eneias), encarnado na pessoa do futuro imperador romano Otávio Augusto. Também, é curioso perceber que essa descida ao inferno é repetida em outros clássicos, tais como 'A Divina Comédia', de Dante Alighieri, escrita a umas dezenas de séculos depois. A descida ao Hades deu um 'upgrade' no moral do desfalecido guerreiro troiano. Dizem que, em razão disso, Virgílio foi considerado o maior propagandista político da história, porque havia cumprido o desiderato de seu encomendador imperial romano. É importante lembrar que Eneida só tomou a proporção histórico-literária em razão de Otávio Augusto. Há registro de que, certa vez, Voltaire disse que a Eneida era uma das obras mais perfeitas do ponto de vista poético da humanidade e que Virgílio, já por fim de sua vida, teria pedido aos amigos que a queimassem, pois estava incompleta. Diante da grandeza e métrica poética da obra, Voltaire dizia ainda que ela deveria ser lida no seu original: o latim. Portanto, mais uma razão para lê-la na sua versão bilíngüe que a Editora 34 nos presenteia, através da tradução do classicista e médico maranhense Carlos Alberto Nunes. Apesar dos arcaísmos que encontrei durante a leitura da tradução (o que não torna o texto menos belo e interessante), há quase um prazer estético em ler a parte em latim, assim como em português. Da parte do tradutor (Carlos Alberto Nunes), houve uma obediência à métrica original exposta por Virgílio, trazendo à leitura uma cadência mais aprazível. Ao final do livro, há um mapa do caminho percorrido por Eneias, permitindo ao leitor se situar geograficamente. #Eneida #Virgilio #Roma #Literatura

George

• Via Amazon

Clássico absoluto da Literatura mundial!

Recomendo

Primeiras impressões... Trata-se de um clássico da literatura mundial e que deve ser lido por todos aqueles que se dizem leitores. "Eneida" é a obra-prima do poeta Virgílio e, sim, é uma obra inacabada. Reza a lenda que Virgílio, pouco antes de sua morte, ordenou que fossem queimados os manuscritos de "Eneida" justamente por não ter conseguido escrever o final que desejava. A obra ficara inacabada e, para Virgílio, significava que uma vez incompleta não seria digna de ser lida. Feliz foi aquele que salvou os manuscritos e possibilitou ao leitor ter uma obra magistral em mãos. A obra ficou incompleta, mas não menos divina. Há um romance idealizando os últimos dias de Virgílio que se chama "A morte de Virgílio" escrito por Hermann Broch (infelizmente fora de estoque na Amazon), para os admiradores do poeta. Quanto à edição: a edição é bilíngue, capa brochura, pequenas orelhas (abas), qualidade de papel excelente, páginas amareladas, letras no padrão. Quanto à minha avalição, eu dei apenas três estrelas porque o meu exemplar veio com um leve amassado no topo e para um livro tão caro eu esperava um pouco mais de cuidado da Amazon no manuseio e entrega. Por fim, eu recomendo a compra, especialmente quando estiver em promoção.

Sophia

• Via Amazon

Excelente edição bilíngue 🌟

Recomendo

RESUMO DA AVALIAÇÃO: 1. A edição é excelente; 2. O texto de apresentação defende com propriedade o trabalho do tradutor, e merece ser lido; 3. Cola: sinônimos para “gregos” e “troianos”; 4. Curto resumo da narrativa, conectando-a com ‘os Lusíadas’; 5. Florilegiozinho: alguns versos da Eneida, em latim e português; 6. Planos de leitura para a Eneida: iniciante, intermediário, avançado e avançado-breve; 7. CONCLUSÃO: RECOMENDO A COMPRA E PRINCIPALMENTE A LEITURA. ➽➽ 1. SOBRE A EDIÇÃO Temos em mãos um volume de quase 900 páginas, confeccionado pela Editora 34 com a tradução do profícuo Carlos Alberto Nunes, um dos principais nomes quando se fala em adaptar o ritmo do verso épico grego e romano (o hexâmetro dactílico) para o português. A edição é integral e bilíngue, de modo que em todas as páginas pares temos o texto latino, e em todas as ímpares vem o texto correspondente em português. A Eneida é composta de doze livros, cada um com uma média de 900 versos. Além dos textos completos nos dois idiomas, o livro possui uma apresentação de quase setenta páginas, escrita pelo organizador João Ângelo Oliva Neto, sobre a qual voltarei a falar. Além dessa apresentação, o organizador incluiu antes de cada livro um resumo de duas páginas sobre o argumento daquela parte, e equipou a tradução com muitas notas de rodapé — o volume inteiro deve beirar as duas mil notas. Após o texto, temos um índice de nomes — que na minha opinião poderia ser mais completo —, um esquema com a genealogia de Enéias, um mapa das viagens da Eneida e um conjunto de referências bibliográficas. Por fim, a editora fornece notas biográficas do autor, do tradutor e do organizador. Vê-se de plano que é uma edição completa. Também a revisão foi bastante minuciosa — se apanhei duas gralhas, foi muito —, e os aspectos mais concretos do impresso são todos muito bons: capa simples, papel amarelado, farto espaço para anotar nas páginas, letra de bom tamanho. Trata-se de um livro grande, mas isso é consequência do tamanho do poema. Desde já recomendo a compra, e passo a comentar alguns pontos específicos da Eneida e desta edição. ➽➽ 2. SOBRE A INTRODUÇÃO Escrito pelo organizador João ngelo Oliva Neto, o texto de apresentação não deve ser pulado. Além de dar o contexto em que a Eneida foi escrita e tecer alguns comentários sobre elementos do poema, ele nos explica como funciona o hexâmetro dactílico, metro em que a obra foi escrita, e realiza uma importante defesa das traduções de Homero e Virgílio feitas por Carlos Alberto Nunes. Rebatendo com robustez as palavras de Haroldo de Campos, o organizador concluirá da seguinte maneira: - « Trata-se de admitir que vários são os meios de estender os limites da linguagem. Cunhar compostos neológicos, interessantes que sejam, não é o único meio de nela intervir para demovê-la do rame-rame; não é só no plano mais visível da palavra que se pode aguçar a linguagem. A estratégia de Carlos Alberto Nunes foi equiparar todos os dizeres do idioma — eruditos e populares, da fala e da escrita, antigos e contemporâneos, brasileiros e portugueses — e dispor deles sob a unidade do hexâmetro, muito semelhantemente ao que ocorre nos poemas homéricos e ao que fez o próprio Virgílio com os vários registros do latim presentes na Eneida. Assim como se pode criar nova palavra pela combinação de elementos mórficos preexistentes, assim também é possível produzir novidade e multiplicar efeitos pela combinação em outro nível, porém análogo, de todos os dizeres que o tradutor coloca a sua disposição. Isso não é, de modo algum, classicizante. É antes plural diversidade, é miscigenação muito moderna, e talvez muito brasileira, de estratos, recantos e compartimentos de linguagem que, no entanto, pertencem, todos eles, ao mesmo universo da língua portuguesa. » (pp. 54-55) - Não se trata de uma tradução fácil, é verdade; mas não posso imaginar uma tradução fácil, de qualquer grande poema épico, que não acabe sendo na verdade uma adaptação. O leitor talvez venha a sentir falta de bagagem literária na língua pátria, e isso deve servir de estímulo para buscar essa cultura, ler nossos grandes autores, e não para abandonar o campo de batalha. O que conforta na tradução de Carlos Alberto Nunes é que ele traduz com palavras que existem, e só precisam ser descobertas — a internet está aí para facilitar enormemente esse trabalho. Uma tradução que, às dificuldades de entender Virgílio, acrescentasse a dificuldade de entender os neologismos do tradutor, certamente seria mais extenuante que o alegado (e já contraditado) “classicismo” de Carlos Alberto Nunes. ➽➽ 3. COLA Uma pequena cola para levar durante a leitura: → TROIANOS também são chamados de: dardânidas, frígios, teucros, dárdanos. → “GREGOS” também são chamados de: argivos, acaios, aqueus, dânaos, dórios, graios, pelasgos. OBS: A rigor, os troianos também são gregos; há um tempo, no entanto, cristalizou-se o nome de “gregos” para aqueles povos que lutaram contra os troianos na ‘Ilíada’. ➽➽ 4. VÊNUS BELA A Eneida (≈19 a.C.) canta as aventuras de Enéias, guerreiro troiano e filho da deusa Vênus (Afrodite). A história começa um pouco depois do final da ‘Ilíada’ de Homero — aliás, é Virgílio, e não Homero, quem narra em detalhes o famoso episódio do cavalo de madeira, também conhecido como “Cavalo de Tróia”. Com a invasão e destruição de Tróia pelos aqueus, Enéias recebe o chamado dos deuses para deixar a ilha e buscar uma terra segura, onde deverá construir uma “Nova Tróia”. Várias vezes baixa âncoras e funda cidades em diferentes locais; várias vezes surgem oráculos para lhe dizer que deve prosseguir viagem, que o local certo ainda não é aquele. Para piorar as coisas, o protagonista conta com a inimizade da deusa Juno (Hera), inimiga dos troianos desde que pegou bronca de Páris no episódio do “Pomo da Discórdia”. Sinto ser eu o porta-voz deste ‘spoiler’ bimilenar, mas a verdade é que Enéias finalmente chega à sua terra prometida: a região do Lácio, na Itália, às margens do rio Tibre. No entanto, os teucros terão de enfrentar ainda os exércitos rútulos, comandados por Turno, que pretendia casar-se com a princesa Lavínia e vê nos troianos uma ameaça. A guerra é cruenta, há muitas mortes, mas a intenção de Enéias em nenhum momento é a conquista, apenas a união com o povo Lácio. Eis o que diz Enéias a Latino, rei daquela região: - « [...] se Marte nos der a vitória ambiciada, / [...] não forçarei à obediência dos teucros [troianos] os povos da Itália, / nem o reinado reclamo sobre eles; num pacto perpétuo / de paz e aliança os dois povos serão sempre amigos. » (XII, vv. 186-191, pág. 811). - Tal promessa de “pacto perpétuo de paz e aliança” é reforçada pelo diálogo do deus Júpiter (Zeus) com sua esposa e irmã Juno, quando aquele consegue convencê-la a parar de investir contra os enéadas: - JUNO: « Só uma coisa te peço: / [...] não permitas que a gente latina se torne / na sua terra troianos, nem teucros se chamem, nem percam nunca sua fala sonora, os costumes, as vestes nativas [...].» JÚPITER: « Conservarão os ausônios [latinos] a língua e os costumes paternos; / o nome antigo também ficará; os troianos no sangue / mergulharão dos latinos. Costumes e ritos sagrados / todos terão em comum; um só povo, de nome ‘latino’. » (XII, v.821ss, p.859) - E aqui está a solução para todo o impasse. Vênus vence, pois seu filho sobrevive, triunfa na guerra, desposa Lavínia e se estabelece na terra prometida, onde futuramente será fundada Roma, cujo povo descende da união entre as duas raças. Juno vence, porque a estirpe troiana é riscada do mapa, mesclando-se aos latinos e perdendo a antiga identidade pátria. Júpiter vence, porque acaba com a guerra e satisfaz as duas deusas. Virgílio e seus leitores romanos vencem, porque sua nacionalidade torna-se herdeira de deuses e heróis, suas origens enraizadas num passado mítico. E há ainda outros que vencerão: são os Lusíadas. Isso porque na epopéia de Camões (1572), a história dos portugueses também será objeto de uma disputa pelos deuses, e entre estes o povo do Luso terá uma forte aliada: a mesma deusa Vênus que, protetora do navegante Enéias, protegerá também Vasco da Gama e sua tripulação na viagem marítima às Índias. Eis uma estrofe do Canto I dos Lusíadas, em que, contra os argumentos do deus Baco, inimigo dos portugueses, Vênus estabelece a analogia entre os dois povos: - « Sustentava contra ele Vênus bela, Afeiçoada à gente Lusitana, Por quantas qualidades via nela Da antiga tão amada sua Romana; Nos fortes corações, na grande estrela, Que mostraram na terra Tingitana, E na língua, na qual quando imagina, Com pouca corrupção crê que é a Latina. » (I, 33) - É o modo brilhante com que Camões nos insere, portugueses e brasileiros, numa tradição literária que remonta às raízes da cultura ocidental, e numa tradição simbólica de honra e de luta, povoada de heróis e deuses. ➽➽ 5. FLORILEGIOZINHO Seguem alguns trechos do poema, com a respectiva tradução em verso, mais um ou outro comentário. - — A — « Arma uirumque cano, Troiae qui primus ab oris Italiam, Fato profugus, Lauiniaque uenit litora, [...] » « As armas canto e o varão que, fugindo das plagas de Tróia por injunções do Destino, instalou-se na Itália primeiro e de Lavínio nas praias. » (I, 1-3) - OBS 1: A edição latina conserva o “u” tanto para “u” quanto para “v” minúsculo (uirum, Lauinia, uenit). Já “U” e “V” maiúsculos serão sempre “V”. Também as letras “i” e “j” são “i”, tanto nas minúsculas quanto nas maiúsculas. OBS 2: Foi inspirado nesse início da Eneida que nosso Camões começou: “As armas e os barões assinalados, / que da ocidental praia lusitana… “ (Lusíadas, I, 1s.) - — B — « Forsan et haec olim meminisse iuuabit » « Tudo isso há de ser recordado algum dia. » (I, 202) OU: “Talvez algum dia nos seja agradável recordar essas coisas” - OBS: Trata-se de discurso de Enéias para estimular seus homens. Infelizmente a tradução, por falta de espaço, omitiu o verbo “iuuabit” (iuuo, are), importante para o sentido da frase, por trazer a idéia de prazer futuro. - — C — « Talia uoce refert curisque ingentibus aeger spem uultu simulat, premit altum corde dolorem. » « Assim falou, oprimido de tantos cuidados; na fronte luze a esperança; no peito concentra-se dor indizível» (I, 208-9) - OBS: Eis a postura do líder, que faz um discurso repleto de esperança e motivação, guardando para si as preocupações com o futuro; é assim que Enéias levará os teucros até a “Nova Troia”. - — D — « Infandum, regina, iubes renouare dolorem» « Mandas, rainha, contar-te o sofrer indizível dos nossos» (II, 3) OU: “Obrigas-me, rainha, a reviver uma dor indizível” - OBS: O organizador sinaliza ser este um verso célebre, e nos chama atenção para o verbo “renouare”, traduzindo da forma alternativa que mencionei acima. De fato, A rainha cartaginense Dido pede para Enéias contar todas as tribulações por que passou em Tróia e na viagem até Cartago, o que renovará certos sofrimentos, como a perda da esposa e do pai. - — E — « ‘Quid quid id est, timeo Danaos et dona ferentes’ » « ‘Seja o que for, temo os dânaos, até quando trazem presentes’ » (II, 49) - OBS: O verso é célebre e está diretamente relacionado ao episódio do “Cavalo de Tróia”; os “dânaos” são os que costumamos chamar de “gregos”, e o último presente que eles deram para os troianos foi um cavalo gigante de madeira repleto de guerreiros. - — F — « ‘Una salus uictis nullam sperare salutem’ » « ‘Para os vencidos só há salvação na esperança perdida’ » (II, 354) - — G — « [...] Quid non mortalia pectora cogis, auri sacra fames? » « A que extremos não forças os homens, / fome execrável do ouro? » (III, 56-57) - — H — « Quis fallere possit amantem? » « Quem pode esquivar-se / da suspicácia da amante? » (IV, 296) - OBS: Enéias estava confortável em Cartago, envolvido amorosamente com a rainha Dido; enquanto esta já pensava até em casamento, contudo, os deuses convocam Enéias a deixar os braços da amante e seguir para a Itália. Ele começa a preparar uma fuga às escondidas, mas Dido descobre. - — I — « [...] ‘Salue Fatis mihi debita tellus uosque’, ait, ‘o fidi Troiae saluete Penates: hic domus, haec patria est. [...]’ » « [...] ‘Salve, terra qe os Fados nos deram! Salve também, aqui mesmo, sagrados Penates de Tróia! Eis nossa pátria, a morada. [...]’ » (VII, 120) - OBS: Chegada de Enéias à região do Lácio. Termina oficialmente a metade marítima da Eneida, que lembra a ‘Odisséia’ — começam os versos de batalha em terra, que lembra a ‘Ilíada’. - — J — « Talia per clipeum Vulcani, dona parentis, miratur rerumque ignarus imagine gaudet, attolens umero famamque et fata nepotum” » « Exulta Enéias à vista do escudo do forte Ferreiro, dom de sua mãe, muito embora o sentido lhe escape dos quadros. Aos ombros joga o destino, altas glórias dos seus descendentes. » (VIII, 729-731) - OBS: A frase finaliza a descrição ecfrástica do escudo de Enéias, forjado pelo deus Vulcano a pedido da mãe do herói, Vênus. Entalhadas na superfície da arma vêm cenas da história de Roma, que pertencem ao futuro e que Enéias não pode ainda conhecer. Nada obstante, o troiano consegue apreender o sentido profundo, simbólico do escudo: entende que todas aquelas cenas são vindouras, pertencem a seus descendentes, e que compete a ele torná-las possíveis, vencendo a guerra. O escudo é uma profecia, uma promessa e uma enorme responsabilidade. A idéia de que Enéias possa compreender o símbolo sem compreender o conteúdo das imagens — e de que possa, ao lançar sobre si a pesada armadura, jogar também sobre os ombros todo o destino de seu povo — é poderosíssima. Enéias abraça com bravura seu destino, condensando em um só ato (em um só verso!) escolha e predestinação. ➽➽ 6. TRÊS (MAIS UM) PLANOS DE LEITURA ● PLANO INICIANTE - Para conhecer o enredo da Eneida e ter uma idéia básica do contexto em que foi escrita. → LEITURAS: 1) The Aeneid for Boys and Girls, de Alfred J. Church — https://www.amazon.com.br/review/R17DRQ4RUAF9YV/ref=cm_cr_srp_d_rdp_perm?ie=UTF8&ASIN=B003GXELQM . 2) Apresentação de João ngelo Oliva Neto (nesta edição, Editora 34). 3) Argumento de cada um dos doze livros (nesta edição, editora 34). → COMO ANOTAR: Faça um resumo do enredo do item “1”, com até 10 páginas. Imprima o resumo ou tire uma cópia dele, com bom espaço entre linhas e nas margens. Tome notas nessa cópia do resumo, com caneta vermelha, conforme for lendo os textos “2” e “3”. ● PLANO INTERMEDIÁRIO - Para leitura integral da Eneida. Deve-se acompanhar o texto traduzido, buscando conciliar momentos de recitação (em voz alta, com ênfase no ritmo) e de narração (em voz baixa, enfatizando as informações transmitidas). Consulte o original latino apenas às vezes, marcando-o para eventuais estudos futuros e destacando algumas frases que gostaria destrinchar ou memorizar. → LEITURAS: 1) Resumo feito e anotado no “plano iniciante”. 2) Eneida (nesta edição, Editora 34). → LEITURA COMPLEMENTAR: - Otto Maria Carpeaux, ‘História da Literatura Ocidental’, Parte I, Capítulo 2: “O Mundo Romano”. Livraria do Senado Federal (Vol 1 de 4). <Disponível para download no Site da Livraria do Senado.> → COMO ANOTAR: No próprio livro + Caderno OU Fichas OU Livro de Bordo {sobre esses métodos, v. a seção de comentários desta avaliação}. ● PLANO AVANÇADO - Para estudo detalhado do poema. Leitura lenta, acompanhando os textos português e latino, buscando tomar notas em abundância — mas sempre notas pessoais e úteis, baseadas nos pensamentos que teve, nas descobertas que fez, nas informações de que precisará. Faça a análise sintática de algumas frases portuguesas. Coloque alguns períodos latinos na ordem direta, analisando a função de cada palavra. Pesquise as referências mitológicas e geográficas, inclusive buscando as relações do texto com Ilíada e Odisséia. → LEITURAS: 1) Resumo feito e anotado no plano iniciante. 2) Notas tomadas no plano intermediário. 3) Eneida (nesta edição, Editora 34). → LEITURAS COMPLEMENTARES: 1) Napoleão Mendes de Almeida, ‘Gramática Latina’, Ed. Saraiva: - Lição 95 - Quantidade: Virgílio - Lição 96 - Quantidade (Continuação) - Lição 97 - Métrica - Lição 98 - Verso 2) Todas as que o estudante entender necessárias, incluindo muitas pesquisas na internet para tirar dúvidas ao longo do percurso. → COMO ANOTAR: Livro de Bordo {v. seção de comentários desta avaliação}. ● PLANO AVANÇADO BREVE - Para quem não tem tempo para o trabalho acima, há esta opção de estudar a fundo apenas um livro ou um trecho da Eneida. Pode ser o Livro IV, sobre Dido, o Livro V, sobre os jogos funerais, ou o Livro IX, repleto de mortes descritas no estilo homérico. Pode ser a cena da batalha final entre Enéias e Turno (Livro XII), ou ainda a descrição do Escudo de Enéias (Livro VIII, versos 626-731). É com base nesta que recomendo o que se segue: → LEITURAS: 1) Notas tomadas nos planos iniciante e intermediário. 2) Releitura: Apresentação de João ngelo Oliva Neto (nesta edição, Editora 34). 3) Releitura: “Argumento” do Livro VIII. 4) Versos 626-731 do Livro VIII. → LEITURAS COMPLEMENTARES: 1) Descrição do Escudo de Aquiles (Ilíada, Canto XVIII, vv. 478-608 - Ed. Nova Fronteira, trad. Carlos Alberto Nunes) 2) William Shakespeare - Antônio e Cleópatra - pode ser a edição da L&PM ou a da ‘Sparknotes’ (“No Fear Shakespeare”, com versão em inglês moderno). NÃO RECOMENDO as traduções de Shakespeare feitas por Carlos Alberto Nunes. 3) Napoleão Mendes de Almeida, ‘Gramática Latina’, Ed. Saraiva: - Lição 95 - Quantidade: Virgílio - Lição 96 - Quantidade (Continuação) - Lição 97 - Métrica - Lição 98 - Verso 4) Pesquisas na internet sobre história e geografia romanas. → COMO ANOTAR: Livro de Bordo {v. comentários a esta resenha}. ➽➽ 7. CONCLUSÃO Recomendo a compra e, principalmente, a leitura.

thiagoluzzi.wordpress

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