A autora se entrega à própria ideologia
Não Recomendo
Antes de mais nada, sim, o poder da violação do estado laico pela bancada evangélica é algo grave e não está sendo discutido, e não pode ser tolerado. E esse livro só piora o problema. A autora (ou seria militante feminista) acaba justificando o problema. No capítulo “Ideologia de gênero” ela e uma entrevistada defendem a “teoria queer” (rebatizada de Estudos de Gênero). Ideia originada no confins de universidades americanas no inicio dos anos 2000 e adotada pela militancia GLBT por lá - e já causando transtornos, foi importada pelo movimento GLBT daqui. Essa “teoria” diz que sexo é separado de gênero. E além de ir contra a biologia, vai contra o senso lógico. É o que faz pessoas se acharam “não-binárias”, crianças sendo criadas sem gêneros, transexuais sendo convencidos de que seu problema não é médico, é de gênero (levando a pessoas que não são trans a modificarem o corpo, para depois se arrependerem) e é puramente um instrumento de militância. A entrevistada, uma “estudante” (militante) do assunto ainda fala - sem sentido algum, que também serve para defender “direitos das mulheres” (elas já são iguais perante a constituição) e o aborto (é um direito individual, não da mulher). E critica (!) os evangélicos por terem proibido isso nas escolas! Ainda bem, mas não foram só eles! Lá pros anos 2010, eu - sou gay assumido - e inúmeros outros gays, lesbicas e trans estavamos debatendo e discordando dessa maluquice, aqui e nos EUA, e tendo nossos posts e comunidades apagados por militantes GLBT, feministas e agregados de esquerda. Alias esse movimento, que nunca me representou mas obrigou que eu apoiasse a esquerda, é defendido nesse livro (como LGBTQ), tanto pela autora quanto pela “estudante” de gênero. Ela se acha no direito de falar por todos eles e por todas as mulhetes. Mas se “esquece” que os evangélicos foram os únicos a proibir que crianças fossem tratadas sem gênero, infelizmente - os outros politicos não se deram o trabalho. E ignora todos os professores, biologos, medicos, homossexuais que repudiam Estudos de Genero - q aliás são puramente teóricos, sem nenhuma base científica. Alias ela faz isso em outras partes, expoe os políticos evangélicos, mas “esquece” de dizer que não foram só eles. Não justifica, mas mostra o que a autora quer. Não é um livro sério ou jornalistico, é militante. É capaz de levar mais pessoas pro lado evangélico. Como diria a feminista Camille Paglia: “A atual homofobia está sendo causada pela esquerda”. Se quiserem um livro bem mais sério e embasado sobre o tema, recomendo “A influência da religião na política brasileira” de Mônia Medeiros
Jorge
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