Crise E Reinvenção Da Política No Brasil - Cardoso, Fernando Henrique - 9788535930986

Interessante reflexão sobre a contemporaneidade

Esse livro foi publicado em 2018, antes da eleição da Jair Bolsonaro. Faz uma reflexão interessante sobre a sociedade contemporânea e a fragmentação estrutural que ela vive em relação a sociedade moderna, que possuía uma estrutura segmentada mais estática. Essa fragmentação explica, pelo menos em parte, a crise de representatividade geral que a sociedade vive, incluindo a crise política. Por outro lado, é triste ver o retrocesso que ocorreu nos últimos anos, não apenas no atual governo, mas acentuado nele. Mas esse caminhar meio errante, para frente e para trás, pode fazer parte do crescimento da nossa sociedade.

Em abril de 2022 • Via Amazon

Um livro um pouco prolixo sobre política real

Esse livro é uma espécie de ensaio gigantesco sobre política tupiniquim escrito por três autores: FHC, Sérgio Fausto e Miguel Darcy de Oliveira. Diferentemente da maior parte dos leitores, não fui em busca da obra por causa do FHC, mas pelo Sérgio Fausto — que conheci no "História Concisa do Brasil" e já gostei bastante de sua prosa enciclopédica e rica, com uma das leituras mais detalhadas dos governos recentes que já vi. Já FHC, sempre me interessou muito mais como sociólogo do que como presidente e já gostava bastante do tom de suas análises, com uma visão política realista, prática e pouco ideológica. Dos autores, Miguel Darcy de Oliveira é o único que não conhecia. Quem acompanha o Sérgio Fausto já conhece mais ou menos a tônica do livro: "crise de representatividade" é uma questão que aparece bastante nas suas entrevistas e o tema do texto não chega a ser uma novidade. Embora o lado acadêmico do FHC me interesse mais do que o burocrata, os 80 e poucos anos de vida maioritariamente dedicada à política inegavelmente influenciam no tom da obra e todo o texto é carregado de uma visão politicamente experiente. Por isso, a leitura pode até soar estranha em uma geração em que as pessoas estão acostumadas a ler política nos poucos caracteres escritos por adolescentes no Twitter. A obra parece refletir muito da narrativa anticorrupção que acontecia pré-impeachment da Dilma, mas não se debruça muito sobre o que aconteceu depois e a guinada, por exemplo, pro bolsonarismo. A prosa é bem construída e, como era de se esperar por se tratar de intelectuais tucanos, marcada por longas críticas e referências irônicas ao petismo. Por isso, um pedação do livro serve como uma análise dos deméritos dos anos em que o PT esteve no poder. Ainda assim, não se perde em uma retórica eleitoreira vulgar e as visões são extremamente qualificadas; pra mim, o ponto alto do livro. Há uma série de outros problemas políticos práticos e reais que são explorados no texto e que passam despercebidos pela mídia, que só se concentra no que é mais escandaloso e sensacionalista — por exemplo, fragmentação partidária e aumento do número de municípios. O livro não pende pra radicalismos ou referências muito ideológicas (o que é um mérito) e a exploração dos governos petistas tem uma função narrativa, como uma explicação do "como chegamos aqui". Há análises realmente boas sobre ética, radicalismo, eleições, política externa e por aí vai. Algumas frases são ótimas e deixei o livro com vários destaques. Embora o livro não seja maioritariamente ideológico, isso não significa que não haja seus pitacos sobre os assuntos — fazendo uso de lugares-comuns e explicações mais rasas, como se tudo fosse uma espécie de verdade óbvia. Por exemplo, quando toca o debate "mercado x estado". Isso me fez entender as partes menos pragmáticas como as mais fracas do livro. Embora o texto seja pertinente, não é genial; algumas passagens, especialmente sobre os debates mais novos trazidos à tona pelo fervor da internet, são superficiais e repetitivas, soando apenas como espécie de sabedoria convencional empolada. E, como também era de se esperar por se tratar de um livro escrito por um ex-presidente, há trechos marcados pela nostalgia típica do "nos tempos do FHC", com várias partes do tipo: "quando era presidente, essas coisas X e Y eram melhores". O que, em alguns casos, não deixa de ser verdade. Parte da prosa segue um tom de entrevista, em que o FHC vai e volta no mesmo raciocínio várias vezes. Isso deicou o texto cansativo em algumas partes. No fim, o tom maioritariamente pragmático do texto me deixou com a sensação de ler um livro sobre política real — sem ideologizações chatas ou utopias. A obra tem um tom mais centrista (nem por isso acrítico) e parece levar a sério a ideia de que política não é guerra e que devemos cultivar o debate democrático, rejeitando o vírus do "nós contra eles" e construindo pontes com quem pensa diferente — uma raridade em 2021.

Em setembro de 2021 • Via Amazon

Democracia em expansão

Livro estupendo! Excelente aquisição.

Em janeiro de 2019 • Via Amazon

Um ótmio panorama da situação brasileira

FHC faz esse bom livro em que ele conta como que chegamos na atual situação da crise brasileira e quais caminhos devemos nos orientar para continuar a evoluir como nação. Perde uns pontos comigo pois achei que algumas vezes ele se desviou do assunto para criticar o PT, demonstrando sua opinião pessoal e não como especialista.

Em outubro de 2018 • Via Amazon