Persépolis: um quadrinho autobiográfico que retrata a vida no Irã
Persépolis, da iraniana Marjane Satrapi , é um livro cheio de ambiguidades. Bem-humorado, é ao mesmo tempo assombroso ao mostrar a perda de liberdades individuais imposta pelo regime islâmico no Irã. Cheio de felicidade, também é triste ao narrar a infância em um país em que muitas crianças se veem forçadas a crescer. Seu formato, por si só, já é ambíguo: uma autobiografia em quadrinhos. Gêneros que quase sempre são encontrado

Persépolis, da iraniana Marjane Satrapi, é um livro cheio de ambiguidades. Bem-humorado, é ao mesmo tempo assombroso ao mostrar a perda de liberdades individuais imposta pelo regime islâmico no Irã.
Cheio de felicidade, também é triste ao narrar a infância em um país em que muitas crianças se veem forçadas a crescer. Seu formato, por si só, já é ambíguo: uma autobiografia em quadrinhos. Gêneros que quase sempre são encontrados separados, desta vez, caíram muito bem juntos sob o traço de Satrapi, que escreveu e ilustrou nele a própria história de sua vida.
O livro

A narrativa é cronológica e começa com sua infância no Irã, na década de 1980. Neste momento, o país lidava com as consequências da Revolução Islâmica ocorrida apenas um ano antes, em 1979. A Revolução foi exitosa em seu objetivo derrubar o Xá (título monarca da Pérsia), mas abriu espaço para a instauração de uma ditadura islâmica.
O tenso e violento cenário político do país levou os pais da autora a incentivarem sua ida para a Europa, onde passou uma adolescência conturbada. Anos depois, adulta, retornou ao país natal, já com outro olhar sobre sua cultura.
Marjane Satrapi nasceu no em Rasht, no Irã em 1969. Em seu currículo, acumula múltiplos talentos: romancista gráfica, ilustradora, cineasta e escritora. Estudou no liceu francês de Teerã, onde teve uma educação que combinou a tradição da cultura persa com valores ocidentais.

Na adolescência, exilou-se na Áustria, e depois retornou ao Irã a fim de estudar belas-artes. Estabeleceu-se, então, na França, país onde lançou todas as suas obras e vive até hoje.
Sobre o lançamento
Persépolis foi lançado em língua francesa, em quarto partes, entre 2000 e 2003, como forma de contar a história de seu país e de sua cultura às pessoas com as quais convivia na Europa. O trabalho de Satrapi é uma das autobiografias mais populares dos quadrinhos contemporâneos. Em 2007, ele foi transformado em um longa-metragem dirigido pela própria autora em parceria com o francês Vincent Paronnaud.
O filme foi lançado no Festival de Cannes e concorreu ao Oscar de 2008 na categoria animação. Em 2016, o livro foi incluído no clube de leitura da Emma Watson, Our Shared Shelf, o que contribuiu para sua popularização entre jovens leitores da última década.
Por que ler?
O livro é engraçado, irreverente e trata temas sérios, como a geopolítica do Oriente Médio, com muita leveza. Os quadrinhos, feitos com traços grossos e em preto e branco, são simplistas, mas impressionantes.
Sua leitura é fácil, rápida e, muitas vezes o leitor sentirá dificuldade de soltar o livro para fazer outra coisa. É uma boa pedida para quem ama quadrinhos e autobiografias, mas também para quem não está familiarizado com os gêneros.
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