Sendo o original como é, parece uma "viagem"...
Não Recomendo
Há quem defenda a visão teológica de Barth e quem, eventualmente, tenha neste livro algum valor literário ou mesmo referencial para estudos acadêmicos da alta crítica. Embora não seja o meu caso e minha posição esteja desalinhada da corrente barthiana, este ponto não seria motivo para enviesar a avaliação crítica que tenho a respeito da redação deste material. O livro contém misturas de textos em inglês, opiniões soltas, neologismos, erros ortográficos e construções linguísticas aberrantes. Se o texto original de Barth, de fato, é desse jeito, é de um pensamento confuso extremo. Uma total "viagem"... Há partes de comentários aparentemente feitas pelo tradutor nas quais se percebe um uso vernacular estendido, com alguma tentativa de demonstrar erudição transbordante. Entretanto, muitos trechos não têm "pé nem cabeça", são abstrusos, possuem digressões esdrúxulas e, nos piores casos, apresentam-se carentes de estilística. Existem inserções variadas a ponto de se confundir as autorias. Em um comentário, por exemplo, lê-se: "(...) aí ficou o que eu entendi estar escrito no original (...)". Dessarte, estilística diametralmente oposta às das expressões em latim encontradas ao longo do texto e de palavras de alto "pedigree" que o brasileiro "médio" não está acostumado a usar – ao menos na minha humilde experiência –, tais como "jucunda", "decocção", "igualização" e "marxistizante". Independentemente do julgamento sobre o mérito da obra, o material precisaria de uma revisão técnica considerável, de ajustes ortográficos, semânticos e de formatação geral antes de ser publicado. Estou pondo a minha cópia para doação, tanto por desinteresse, quanto por achar que é um produto mal acabado. E há outros comentários negativos aqui endossáveis, com plena razão. "To end up the prose": não recomendo a compra na atual forma.
Gus
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