Cachorro Amarelo - Georges Simenon - 9788535924510

Histórioa incrível

Escritor fantástico.

Em novembro de 2020 • Via Amazon

Maigret não é um anjo de paciência

“O Cachorro Amarelo” é um dos livros do belga Simenon que Otto Maria Carpeaux menciona em rodapé de sua “História da Literatura Ocidental”, e me parece uma boa escolha para quem deseja começar a entender o estilo investigativo do Comissário Maigret. Quanto à edição, peguei dois ou três errinhos de revisão, nada que comprometa o texto. O livro é simples, sem orelhas e com capa bem flexível. A diagramação foi bem feita e encontrei espaço para anotar tudo o que queria no próprio exemplar. Neste romance, que se passa numa pequena cidade costeira, um mercador de vinhos é baleado, e uma série de eventos estranhos começa a acontecer, sempre com a presença de um cachorro amarelo. A dúvida sobre quem está por trás dos crimes é explorada por diversas matérias de jornal, levando a cidadezinha a um clima de apreensão crescente; a presença de barulhentos jornalistas de Paris em nada ajuda. É interessante notar como a figura do narrador que fala em terceira pessoa — e não em primeira, como nosso amigo Dr. Watson nos contos e romances de Sherlock Holmes — não torna mais claro para o leitor o que se passa na cabeça do investigador. Ao contrário, esse narrador fica mais solto ainda, liberado para deixar as cenas quando bem entende e até perder Maigret de vista quando mais gostaríamos de saber o que ele está fazendo. Essa forma de narrar faz com que o único caminho do leitor seja abdicar de seguir de perto a linha de raciocínio do detetive e entrar, junto com Maigret, na atmosfera de mistério, permitindo-se ouvir o que as personagens têm a dizer e perceber o que elas parecem sentir. E não será exatamente este o método de Maigret? O trecho a seguir nos mostra um pouco sobre como trabalha esse comissário de polícia, tão diferente de Holmes e de Auguste Dupin. “— Ainda não entendi direito seus métodos, comissário, mas acho que começo a perceber. Maigret fitou-o com olhos sorridentes, mandou para o sol uma boa baforada. — Você tem sorte, meu velho! Principalmente no que diz respeito a este caso, no qual meu método teve sua importância. Se quiser um bom conselho, caso esteja a fim de ser promovido, não vá me tomar como modelo nem tentar teorizar o que me vê fazer. — Mas constato que o senhor agora está se preocupando com os indícios materiais, depois de… — Justamente, depois! Depois de tudo! Em outras palavras, fiz a investigação às avessas, o que não me impedirá, talvez, de fazer a próxima às direitas. É uma questão de atmosfera. Uma questão de caras. Quando cheguei aqui, dei com uma cara que me seduziu e não a larguei mais.” (p.104) Mais explicações do que isso, não será possível dá-las, porque perguntar a Maigret, antes do final, antes da certeza, é praticamente inútil. O comissário, que não é “um anjo de paciência”, bem que poderá grunhir, enfiando as mãos no bolso: “ — Não encha”. (p.36) CONCLUSÃO: São 135 páginas muito tranquilas de ler; um bom mistério curto e rápido, numa edição adequada. Fica com a nota máxima.

Em outubro de 2018 • Via Amazon

Maravilhoso pra quem curte Simenom

Um Maigret que ainda buscava a sua identidade na linha narrativa do maravilhoso Simenom... mas nem por isso menos magnífico!

Em janeiro de 2018 • Via Amazon

Simenon --> sempre diferente! Muito bom!!!

Atribuo cinco estrelas a todos os livros com as histórias de Maigret, um Comissário de Polícia. Isso já o coloca em uma situação diferente de Poirot, Sherlock e outros detetives. As histórias foram escritas e se passam em uma época na qual ainda era raro, por exemplo, que houvesse televisão nas casas. Este é um dos casos que acontece fora de Paris, mas em um clima semelhante a filmes de terror, com uma pequena localidade em pânico por uma sucessão de tentativas de assassinato. Há um agressor que se tornará assassino? Que papel desempenha o estranho cão amarelo? O Comissário mergulha nas intricadas relações entre as pessoas, despertando simpatias e antipatias enquanto os acidentes com tiros, envenenamentos e desaparecimento acontecem. As coisas parecem fora de lugar, como se houvesse uma "armação", mas... um assassinato é cometido. O final pode ser surpreendente para os que não estão habituados com os procedimentos de Maigret. Para os que já o conhecem, certamente vale conferir o modo como ele leva a investigação até o seu final. Ótima leitura!

Em março de 2017 • Via Amazon