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Ficha técnica

Informações Básicas

ISBN9780345802934
ISBN-100345802934
TítuloBox Set 1Q84
AutorHaruki Murakami

Descrição

O menor preço encontrado no Brasil para Box Set 1Q84 - Haruki Murakami - 9780345802934 atualmente é R$ 236,89.

Avaliação dos usuários

4.6

169 avaliações

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Este título 1Q84 é uma eficaz peça publicitária

Não Recomendo

Usar um título famoso pode ser uma homenagem ao escritor e um brinde ao engenho artístico. Algo que acontece, notadamente, com o livro de George Orwell, "1984". David Bowie escreveu a música “1984” no seu álbum “Diamond Dogs” de 1973, o grupo Radiohead tem a música “2+2=5” ( uma equação extraída das páginas do livro “1984” de George Orwell), no álbum “Hail To The Thief” de 2003. Em 10 de outubro de 1984 foi lançado, no Reino Unido, o filme “1984” com John Hurt ( o mesmo ator que interpretou Adam Sutler da graphic novel “V for Vendetta” no cinema).Temos o formato do Reality Show da Endemol baseada no “Big Brother” que é outra alusão ao livro “1984”. Deste modo , o tempo faltaria se fossemos comentar nomes e títulos baseados em outras obras famosas. Não obstante, quando se toma um título clássico de empréstimo, geralmente, conseguimos ver e ouvir os ecos deste título nestes novos inventos artísticos. Infelizmente, embora digam que a obra “1Q84” faça conexão com o livro “1984”, não encontramos os supracitados ecos da criatividade artística do supostamente homenageado livro. Muito se comenta que este “1Q84” foi baseado do livro “1984” de George Orwell. Baseado em que sentido? Em Orwell temos uma total e aterrorizante distopia. Aonde um Estado autoritário quer controlar o passado e o presente com o intento de construir a narrativa do futuro. Um estado que não permite a subjetividade do indivíduo. Absolutamente tudo está sob o tacão do Estado. Esse Estado ditatorial contempla em seu seio a diminuição do homem em favor da manutenção do poder de uma classe manipuladora que constrói a história da forma que lhe convém. Hoje, poderíamos dizer que essa sociedade é construída com base em muitas “Fake News”, pois os métodos de desinformação se imiscuem. George Orwell em seu “1984” tem o seguinte diapasão: [...] “Quem controla o passado, controla o futuro. Quem controla o presente, controla o passado” Vassili Grossman no seu “ Vida e Destino “ (ISBN 978-85-7962-346-2), comenta sobre as “ confissões” tendo como método o emprego da tortura. Segue um fragmento da obra de Vassili Grossman: [...] “Agora Krímov sabia como despedaçar uma pessoa. A revista, os botões cortados, os óculos removidos criam no homem uma sensação de nulidade física. No gabinete do juiz de instrução, o homem se dá conta de que sua participação na revolução e na guerra civil não quer dizer nada, que seu conhecimento e seu trabalho são insignificantes! Há, também, um segundo fator: o homem não é uma nulidade apenas física. Aqueles que persistiam em seu direito de ser humanos começavam a ser abalados, destroçados, partidos, fragmentados, erodidos, desfeitos, acabavam sendo conduzidos a um tal grau de desagregação, porosidade, maleabilidade e fraqueza que deixavam de desejar justiça, liberdade, até mesmo tranquilidade: queriam apenas se livrar de uma vida que se tornara odiosa” Isso que Vassili Grossman escreveu é o “modus operandi” de um estado tipicamente autoritário e quem leu o ‘1984” saberá perfeitamente como o suplício da carne pode esmagar o indivíduo. No “1Q84” temos uma história com muita gordura dispensável dentro de um “Realismo Fantástico” onde os elementos adjacentes a realidade, ao imaginário e aos sonhos se misturam.O mais contundente fragmento do livro “1Q84” que poderia fazer lume ao “Grande Irmão” (“Big Brother”) tem a seguinte redação : [...] “O comunismo era altamente idealista e sua ideologia era positiva, mas, devido a um político egoísta, ela acabou sendo distorcida. A menina viu a foto desse político “egoísta”. Associou a imagem dele — de bigode grande e preto, com um nariz igualmente grande — com a própria imagem do demônio” Não é preciso muita hermenêutica histórica para associar essa imagem de um político “de bigode grande e preto, com um nariz igualmente grande” a figura de Josef Stalin, ou ao “Grande irmão” soviético que matou milhões com seus expurgos. Lembrando : esse fragmento do homem “de bigode grande e preto” é o único fragmento que poderia nos remeter ao livro “1984” e que encontramos no “1Q84”. Mas o autor ao querer falar de “comunismo” foi muito indulgente com as hediondas violações dos Direitos Humanos igualmente terríveis praticadas próximas ao seu “quintal” como ocorreram e ocorrem na China, na Coreia do Norte, no Camboja e no Vietnã. Tais violações têm por mote o mesmo enredo autoritário apresentado no “1984”. Mao Tsé-Tung (China), foi tão cruel e desumano quanto Stalin. Mas falar apenas das atrocidades de Stalin é ponto pacífico mesmo no Japão. Afinal, qual a vantagem econômica de acusar o Estado Chinês dos mesmos crimes contra a humanidade? Um livro que faça menção desonrosa à China colocaria muito a perder economicamente se a imagem dita neste "1Q84" fosse a de qualquer membro do Partido Comunista Chinês. Então, vamos falar apenas de Stalin. É mais fácil e comercialmente viável. Falar do Facismo Imperial do Japão não é prudente. Embora Facismo e Comunismo se comuniquem em termos de violações dos Direitos Humanos. Como dito: é ponto pacífico falar apenas das atrocidades de Stalin até no Japão, pois a própria URSS no 20º Congresso do Partido Comunista da União Soviética (PCUS), fez as denúncias das atrocidades de Stalin, 1956 Qual a razão da letra “Q” colocada entre os números? Um fragmento inicial poderá dar um encaminhamento ao entendimento: [...] “1Q84 — É assim que vou chamar esse mundo novo”, decidiu [disse a personagem “X”]. “Com a letra ‘Q’, de Question mark; um ‘quê’ de dúvida, de interrogação.” Este “Question mark” percorre freneticamente todos os volumes, pois em cada interrogação será preciso uma elucidação que haverá de explicar eventos posteriores. No mais, esse “1Q84” (“Question mark”), é apenas uma peça publicitária que invocou o livro “1984” com um trocadilho para alavancar a visibilidade do livro. Quem ler essa trilogia na sobeja esperança de encontrar algo que faça azo [ além da imagem comentada e do título] ao livro “1984” permanecerá com a mesma impressão “Question mark”. Outro ponto que fere a obra é a sua linguagem extremamente erotizada . Um erotismo que acrescenta muito pouco em sua redação , ou quase nada. Um dos personagens de "1Q84 " ao citar Tchekhov, argumenta: [...] “Se aparecer uma pistola, em algum momento ela deve ser disparada. Tchekhov gostava de escrever histórias sem ornamentos supérfluos” Deste modo, o próprio Murakami parte da premissa que a boa escrita deve ser “sem ornamentos supérfluos”. Sendo assim, qual a utilidade de tanta menção sexual nesta trilogia? Seguem alguns números: • 40 citações sobre pênis • 25 citações sobre testículos • 96 citações sobre seio • 04 citações sobre vagina • 11 citações sobre sêmen • 37 citações sobre transar e/ou fazer sexo • 04 citações sobre sexo oral • 10 citações sobre penetração Somadas todas essas inferências de cunho explicitamente sexual, nós chegamos a equação de 227 citações que falam sobre sexo . Essa trilogia tem 1225 páginas. Uma erotização colocada ali como “ornamentos supérfluos”, pois é desnecessária para o entendimento da trama. Algo sobejamente carregado de uma sexualização sem qualquer valor prático. Isso sem contar as menções ao sexo anal e a frases que fazem lume a estupro de vulnerável. Como leitor e , fazendo uso da minha subjetividade, este nome ‘1Q84” é uma grande peça publicitária que quis invocar o celebrado livro “1984” de Orwell para impulsionar vendas e holofotes. Tem muita caloria desnecessária. Uma trilogia, deveras, tediosa com personagens que pouco inspiram. O autor comumente faz uso de algo já consolidado como títulos em suas obras tais como letras dos Beatles e de Kafka. Fica a pergunta: será que são outros títulos com o diapasão de peças publicitárias? Bom...Veremos!

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