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As I Lay Dying - William Faulkner - 9780679732259

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Ficha técnica

Informações Básicas

ISBN9780679732259
ISBN-10067973225
TítuloAs I Lay Dying
AutorWilliam Faulkner
EditoraVintage Books USA

Avaliação dos usuários

4.1

1223 avaliações

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Um must read!

Recomendo

"A razão para viver era se preparar para estar morto durante muito tempo." Em uma entrevista em 1956, William Faulkner descreveu seu romance como um teste de força. Nas palavras dele, "ele simplesmente imaginou um grupo de pessoas e os colocou diante simples catástrofes universais - fogo e inundação -, as quais deram aos personagens uma direção. É, de fato, uma narrativa simples, uma família que quer enterrar a matriarca em outra cidade e conceder-lhe o último desejo. No entanto, o modo que os eventos se desenrolaram e como as vozes dos quinze personagens-narradores se apresentam é altamente complexa. Cada membro da família Burden carrega uma motivação própria - e até egoísta - para enterrar a matriarca, desde coisas simples como uma dentadura nova, como as mais pesadas - prática de aborto. Dessa forma, o tom da narrativa chega a ser tragicômico, provoca o riso, mas não o de diversão, mas o de angústia, de agonia, o riso do absurdo. Entre os quinze narradores, é impossível não se cativar com Darl, o segundo filho da família Bundren, e o único que tem a sensibilidade de enxergar os verdadeiros problemas do meio que vive. E, acredito, o mais interessante nesse personagem é sua "degradação", da sanidade à insanidade, da estabilidade, a instabilidade, de um mundo a outro. Enquanto Agonizo é um must-read para todos os leitores, de todos os gêneros, nos colocando diante de questões interiores e identitárias, de esquizofrenia e abandono. Mas acima de tudo, Enquanto Agonizo é uma história sobre o homem em sua cruel individualidade.

Cliente

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Catarse e Redenção

Recomendo

Enquanto Agonizo não é um romance fácil. Devemos considerar essa obra de Faulkner como um animal selvagem que devemos domar. É uma obra "crua" com "gosto" de raiz extraída da terra e com cheiro de terra molhada. Poderá não agradar a certos paladares acostumados ao sabor de obras açucaradas e parco conteúdo, como as que predominam nos best-sellers atualmente. A obra é "tosca", "crua", seja na linguagem e na forma, seja no conteúdo. Na forma porque Faulkner nesse romance se distancia da narração linear e previsível, como estamos acostumados. A narração é estilhaçada em pequenos fragmentos de textos. É como uma colcha de retalhos composta de relatos de como uma mesma situação é vivida pelas diversas personagens, e narradas pela mesma. O narrador desaparece e Faulkner faz falar diretamente as personagens, o autor se dissolve nas diversas vozes de seus personagens. Adentramos diretamente ao mundo interior de cada personagem. A linguagem usada por Faulkner é tão enxuta, tão "seca" quanto os próprios personagens, mas ao mesmo tempo tão rica de significados como a rica simbologia contida no mundo dos mesmos. O tempo da narração avança e retrocede á medida que cada personagem nos relata como vivenciam cada situação da estória. O tempo real da narração se mistura ao tempo psicológico das personagens, por vezes nos confundindo e requisitando da parte nossa muita atenção para não nos deixar arrastar pelo mundo conturbado, distorcido e conflituoso das personagens. É um estilo de narração "rústico", "cru", com o qual devemos "trabalhar", modelar, polir, limpar. E com a nossa devida participação ativa e alerta poderemos extrair o melhor que uma obra como essa pode nos presentear, como qualquer alimento que colhemos da terra, ao qual para digerirmos devemos prepará-lo devidamente antes. Assim é "Enquanto Agonizo", devemos doma-lo, devemos domestica-lo para extrairmos o que ele tem de melhor. Tanto quanto sua estrutura e estilo, também seus personagens são rústicos e toscos. Eles se confundem com a própria natureza no qual vivem. Exalam de si mesmos esse tônus vital e selvagem típico dos seus cavalos e bois e das plantações de milho e algodão ao seus redores. Estão em total simbiose com a natureza. São personagens afins com o cheiro de terra e gosto de raízes recém colhidas. A sintonia com a natureza é tal que a mesma, como em concomitância com o mundo conflituoso das personagens deflagrado após a morte da matriarca, se transmuta em temporais e ventos, enchentes e incêncio em absoluta sintonia com a purgação dessas almas atormentadas pela culpa e arrependimentos enquanto fazem a viagem de calvário com a carroça para atender o pedido da mãe de ser enterrada na cidade onde a mesma nasceu. O comovente nessas personagens é que exatamente por serem almas rudes, enraizadas na terra, e embrutecidas pelo labor diário na lida com a natureza, estão despreparadas, ingênuas que são, para as convenções e maldade sociais quando são obrigadas a deixar o mundo ao qual estão acostumados por força da morte da matriarca. Por quê ler "Enquanto Agonizo"?. Para poder, talvez, sentir esse gosto áspero, esse sabor cru de um romance, que é curto mas, ao mesmo tempo tão denso de significado no seu conteúdo!. Para poder conhecer de perto personagens que de tão arragaiados á terra e a natureza se confundem entre si numa mistura tão singela e tão dramática. E por fim, para conhecer esse romance de Faulkner, que inovou a literatura mundial com seu estilo narrativo tão diverso na época em que lançou o livro, e que continua a sê-lo até hoje na minha opinião. Vale a pena o esforço.

Katia

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