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Ficha técnica

Informações Básicas

ISBN9788535917291
ISBN-108535917292
TítuloA Valsa dos Adeuses
AutorKundera, Milan
EditoraCompanhia de Bolso
GêneroLiteratura EstrangeiraRomance

Descrição

O menor preço encontrado no Brasil para A Valsa dos Adeuses - Kundera, Milan - 9788535917291 atualmente é R$ 18,04.

Avaliação dos usuários

4.5

73 avaliações

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Vale por alguns trechos gloriosos

Recomendo

Mais de uma década atrás li dois ou três livros do Milan Kundera. Lembro de ter gostado de trechos e de pelo menos um conto, mas de ter achado que o escritor era superestimado. “A insustentável leveza do ser” foi uma decepção; até estou em dúvida se cheguei a terminar a leitura. Como o tempo passou e aquele primeiro contato ocorrera quando eu era muito nova, pensei que valia a pena tentar reavaliar as obras do autor. Há coisas que prezamos na juventude que perdem valor quando apreciadas novamente na maturidade, há coisas que ganham fibra. Comecei o experimento por “A valsa dos adeuses”. Pensando na consistência e no desenrolar da trama, não fui arrebatada nem valsada pela história. Mal me afeiçoei aos personagens – geralmente não eram profundos o suficiente pra tanto. Mas marquei trechos iluminados na obra, trechos de quem bem observa e reflete sobre os sentimentos humanos e consegue teorizar sobre os fios invisíveis que nos movimentam inconscientemente. Esses trechos valeram demais e vou levá-los comigo. Abaixo, alguns exemplos e comentários. 1. Uma das personagens principais, a enfermeira Ruzena, conhece um trompetista casado, chamado Klima, que “preferiu-a entre todas e passou a noite com ela”. Dois meses depois do único encontro, ela está grávida. E é assim que Kundera desdobra o mundo das fofoqueiras que acabam sentindo “possuir” os famosos de quem tratam: “Suas duas colegas aprovaram calorosamente. No dia em que anunciou, na sala saturada de vapor, que na noite passada tinha vivido horas indescritíveis com um homem célebre, o trompetista tornara-se propriedade de todas elas. Seu fantasma as acompanhava na sala onde se revezavam, e, se em algum lugar seu nome fosse pronunciado, elas riam maliciosamente como se se tratasse de uma pessoa que conhecessem na intimidade. Quando souberam que Ruzena estava grávida, foram invadidas por um estranho prazer, pois, desde então, ele estava fisicamente presente nas entranhas profundas da enfermeira.” 2. Kamila, mulher do trompetista Klima, é uma ex-cantora muito bonita que está doente. Embora o marido a ame, vive traindo-a com outras. Ela sabe – e sente ciúmes. A explicação do ciúme sentido por alguém que poderia partir pra outros braços, mas tem obsessão por um singular objeto de amor, é precisa: “Se o mundo pérfido das mulheres assustava-a a tal ponto, não poderia ela encontrar algum conforto no mundo dos homens? Dificilmente. O ciúme possui o poder espantoso de iluminar o ser amado com raios intensos e de manter a multidão dos outros homens numa total obscuridade. O pensamento de Mme. Klima só podia seguir a direção desses raios dolorosos, e seu marido tornara-se o único homem do universo.” 3. Klima não tem interesse pela enfermeira Ruzena, que dá sinais de gostar dele e ainda querer manter o filho que carrega na barriga. Os encontros entre os dois são difíceis para Klima, que dissimula interesse pra melhor convencer Ruzena a abortar: “A inquietação era ainda agravada pela vaidade do trompetista; na verdade, não achava que Ruzena fosse suficientemente bonita para que pudesse se permitir segurar-lhe a mão. Isso era desmerecer um pouco Ruzena. Ela era muito mais bonita do que parecia a seus olhos nesse momento. Do mesmo modo que o amor nos faz achar mais bela a mulher amada, a angústia que nos inspira uma mulher temida acentua, de maneira excessiva, o menor defeito de seus traços…” 4. A melhor descrição do livro aparece na cena em que Klima e Ruzena estão num carro. Ele vai beijá-la sem vontade, o que torna a boca de Ruzena apenas uma peça da anatomia humana: “Inclinou-se sobre ela e encostou sua boca na dela. Era uma boca fresca, uma boca jovem, uma boca bonita com os lábios macios lindamente recortados e com os dentes cuidadosamente escovados, tudo estava em seu lugar e era fato que ele, dois meses antes, tinha sucumbido à tentação de beijar esses lábios. Mas, justamente porque essa boca o seduzira, ele a sentira através da névoa do desejo e nada sabia do seu aspecto real: a língua parecia então uma chama e a saliva era um licor embriagante. Só agora, depois de ter perdido sua sedução, essa boca era repentinamente tal qual uma boca, a boca real, isto é, esse orifício assíduo pelo qual a moça já tinha absorvido alguns metros cúbicos de macarrão, de batata e de sopa; os dentes tinham pequenas obturações, e a saliva não era mais um licor embriagante, mas a irmã gêmea do escarro. O trompetista tinha a boca cheia com a língua dela; dava-lhe a impressão de um bocado pouco apetitoso que era impossível para ele engolir, mas que ficava mal rejeitar.” A leitura de “A valsa dos adeuses” não foi marcante, mas mesmo que tivesse sido horrível já valeria pelo trecho acima. 5. Numa das alusões ao autoritarismo do Estado no decorrer da história, há uma cena em que o personagem Jakub vê trabalhadores perseguindo cães na rua pra entuchá-los na carrocinha. Ruzena, que também está presente no episódio, apoia os que caçam os cães, até como forma de afrontar Jakub, de quem desgosta. A reflexão de Jakub, que salvou um boxer, é humanista: “Jakub ficava sempre horrorizado com a ideia de que aqueles que olham estarão sempre prontos a apoiar a execução da vítima. Pois, com o tempo, o carrasco tornou-se um personagem próximo e familiar, enquanto o perseguido tem qualquer coisa que cheira a aristocracia. A alma da multidão que outrora se identificava com os miseráveis perseguidos, hoje se identifica com a miséria dos perseguidores. Porque a caça ao homem, em nosso século, é a caça aos privilegiados: àqueles que leem livros ou que têm um cachorro.” *** É isso. Marquei alguns outros trechos, mas a amostra acima é bem representativa, e talvez até o que há de melhor nos trechos que marquei. Não é um livro que pretendo reler, mas não tenho dúvida de que voltarei algumas vezes a esses trechos que salvaram a obra.

Barbara

• Via Amazon

Não sei nem por onde começar, mas que livro foi esse???

Recomendo

Antes de tudo, devo dizer que este foi meu segundo livro lido do Kundera (o primeiro foi a insustentável leveza do ser). E como na última leitura, não consegui trazer muitos pontos positivos. Veja bem, o autor retrata vários casais e cada um com sua peculiaridade - o que mostra que ele sabe prender bem o leitor na narrativa -, mas é tudo muito rápido, confuso e enrolado. A grande sacada da história só acontece no capítulo final, que realmente tem um contexto interessante, mas por já estar acabando, tudo passa rápido demais. Enfim, não darei spoilers, mas achei um título fraco pelo nome Milan Kundera. Devo acrescentar também que, por mais que ele tente prender as pessoas na história, essa confusão e enrolação a contar os fatos me fez perder o interesse ao longo da leitura. Terminei mais por "obrigação" do que pela ânsia de continuar lendo.

Lara

• Via Amazon

Encantador - O aleatório e o escolhido impulsionando a realidade

Recomendo

Este livro de Milan Kundera é surpreendente. Os personagens envolvidos na história, os diálogos e as ocorrências inesperadas são repletas de simbolismo e demonstram que a vida realmente é composta por doses de escolha e do imprevisível. Os personagens não apenas protagonizam as situações que permitem o desenvolvimento da história, mas também oferecem perspectivas sobre as situações envolvidas levando o leitor a questionar os valores, o destino e o poder de adaptação e transformação do ser humano diante das mais diversas ocasiões. O autor constrói uma história estabelecendo que o relacionamento de todos os personagens seja significativo para o desenrolar dos fatos, mas também que a concretização desses fatos seja relevante para permitir o questionamento dos próprios personagens sobre a vida. Portanto, vemos não apenas o desenvolvimento da história, mas também a evolução dos próprios personagens ao longo dos cinco dias. Não há mocinho e não há bandido na história. Nenhum romance meloso ou trágico. Apenas, a vida com os seus encontros e desencontros. Eis um livro de leitura muito aprazível que apresenta diversos temas que podem ser refletidos e debatidos sobre a vida e o ser humano.

Leandro

• Via Amazon

Carrega a magia da linguagem de Kudera

Recomendo

Esse livro não pode ser resumido, ele deve ser lido! Se você gostou da Insustentável Leveza do Ser, vai adorar esse livro.

Vinicius

• Via Amazon