Um misto de Tchekhov com traços de Dostoiévski: excelente
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Exaltado por Górki, Thomas Mann e Tolstói, que o descrevia como “um escritor do futuro”, Leskov veio a ser preteritamente reconhecido pela inconfundível forma de narrar, assemelhando-se a Dostoiévski, dado a sua criatividade literária e por compor personagens com humanismo e fidelidade. Também comparado a Tchekhov, Leskov é considerado um dos maiores contistas russos, sendo fácil comprovar esse fato quando confrontados com a presente obra. Todos os seis contos aqui presentes refletem tanto o período vivenciado pelo autor, como as mudanças sociais, como também inova criando uma versão paralela e criativa de uma Rússia vista de fora, dado o conhecimento do mundo externo pelo autor. Está, portanto, presente em seus contos, o reflexo do funcionalismo público; a questão feminina; os costumes; e até a sátira quanto ao sobrenatural. Todos eles sendo particularmente fluidos, se desencadeiam em narrativas sem igual, não atoa os elogios que o autor recebeu, de modo que fica a recomendação. Ademais, em cada conto é possível vislumbrar um herói de Dostoiévski, como no primeiro conto é possível traçar semelhança em o Príncipe Míchkin, presente em O Idiota, com o personagem Pizónski. Quanto a estética, folhas amarelas de qualidade. Seguem os contos: 1 - Kótin, o provedor, e Platonida; 2 - Águia Branca; 3 - A voz da natureza; 4 - A Fraude; 5 - Alexandrita; 6 - A propósito de A Sonata a Kreutzer.
Luciana
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