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Falar sobre a Abby de The Last of Us 2 é algo que remete os jogadores a uma montanha russa de sentimentos. E, isso não ocorre sem bons motivos: hostil, nada cativante e com um temperamento extremamente complexo – mas, mesmo assim, não há como negar o fato dela ser absolutamente necessária.

É comum que muitos jogadores simplesmente torçam o nariz só de imaginar que o volume 2 do jogo envolve assumir o comando dessa personagem “nova” tão contraditória por longas horas.  

Não poderia ser diferente! Abby simplesmente representa o outro lado da moeda em The Last of Us 2, e ele não pode ser ignorado. Depois ad revelaçãpo dos seus motivos no enredo do volume 2, essa personagem emblemática e inicialmente vilanesca deixa seu nome na história dos games.

Bora conhecer mais sobre ela? Afinal, se há um spoiler que já podemos contar logo de cara é que toda vingança pode surpreender no final. Aliás, se você chegou neste conteúdo e ainda não jogou The Last of Us 2, melhor já providenciar o jogo pra ontem, viu!

Abby de The Last of Us 2: quem é ela?

Abby The Last of Us 2 foi uma personagem guardada em segredo pela produtora do jogo até o lançamento (Foto: Reprodução/PlayStation)

Para entender melhor a Abby de The Last of Us 2 é preciso que criemos primeiramente uma relação mais próxima com essa personagem que também é protagonista ao lado de Ellie. Aliás, essa informação foi um segredo mantido pela produtora do game, Naughty Dog, até onde foi possível.

Para isso, é importante relatar os primeiros passos da jovem Abigail e sua filiação com a Washington Liberation Front. Caso você não saiba, essa é uma das facções inimigas no volume 2 do jogo.

Abby praticamente dedicou toda a sua vida para conquistar valores fundamentais em sua trajetória: força, autossuficiência e vingança. Afinal, ela tem sede por eliminar quem arrasou sua felicidade.

Deu para percebeu que ela cresceu achando que nunca ia passar frio por estar coberta de razão, né? Se ela fez tanta coisa para não passar frio nessa história, por que você não se inspira e descola um moletom bem no estilo do jogo para usar nos dias mais gelados?

Os primeiros passos de Abby em sua jornada de vingança

Abby em The Last of Us 2 é filha de Jerry, cirurgião dos Vaga-lumes (sim, o grupo que Joel dizimou no volume 1) que tinha a missão de realizar uma operação em Ellie para entender sua imunidade do fungo (cordyceps) responsável pelo apocalipse que guia o jogo. Essa operação poderia matar a co-protagonista do primeiro jogo.

Aqui, é bom deixar claro que ela era apenas uma garotinha quando se deparou com o pai morto justamente na sala de cirurgia – Jerry era um alvo de Joel que invadiu o local para salvar Ellie. Por causa da relação próxima que ele desenvolveu com a menina no decorrer da narrativa, ele não estava disposto a arriscar a possibilidade de que ela poderia morrer na mesa de cirurgia.

A Abby de The Last of Us 2 tem sede de vingança pela morte do pai na sua infância (Foto: Reprodução / PlayStation)

Só que garotinhas crescem, né? E claro que ela não cresceu feliz com esse ocorrido. Durante anos, ela pensou em apenas uma coisa: se vingar! Essa ânsia por vingança fez com que ela se tornasse uma adulta fria.

Ah, sim! No início do segundo jogo, ela mata Joel com requintes de crueldade logo nas primeiras horas de jogo e diante da própria Ellie. Logicamente, é aí que surge toda a situação de amor e ódio dos jogadores em relação à Abby em The Last of Us 2. Muita gente ficou revoltada ao ver Joel morrer de forma bem violenta pelas mãos dela.

Abby de The Last of Us 2 mata Joel com um taco de golfe de forma perversa (Foto: Reprodução / Playstation)

É importante deixar claro que tentar descrever toda a complexidade dessa personagem em palavras é algo realmente muito difícil. Por isso, a nossa intenção aqui é tentar explicar a trajetória de Abby e a sua avalanche de conflitos no decorrer do jogo! – a nossa avalanche de sentimentos também, já que amar e odiar Abby é a constante de quem joga. Ela começa como a grande antagonista da história, mas não termina exatamente assim...

Abby assassina também as convicções do jogador (várias vezes)

Dá para dizer que Abby de The Last of Us 2 não é apenas uma assassina fria e vingativa. Até porque, em dado momento, ela também é capaz de ‘assassinar’ o coração e a esperança do próprio jogador. Logo de cara, é fácil termos empatia por uma garotinha que cresceu sem os pais e que passa a lidar com uma jornada rica em conexões e até mesmo intimista.

Abby em The Last of Us 2 demonstra aos poucos não ser uma assassina fria e vingativa (Foto: Reprodução/PlayStation)

Mas, isso não é algo que dura muito. Os jogadores começam a nutrir sentimentos negativos em cada golpe que ela dá com o maldito taco de golfe em Joel. O fato é que o jogo nos leva a seguir a perspectiva de Ellie diante do ocorrido e a enxergar Abby como o motivo da nossa ira. Naquele momento, ela é apenas uma vilã.

Só que o choque vem, viu! Quando o jogador assume o controle da “antagonista”, é questão de tempo até percebemos que, do nada, estamos do lado de Abby. Uma tacada de mestre ou arriscada da Naughty Dog? As duas coisas, sem dúvida! Inclusive, há vários relatos de jogadores que entraram em crise com o título e tiveram dificuldades em se reconectar com o enredo.

Uma Abby humana

O lado humano de Abby em The Last of Us 2 é a grande virada. Gradualmente, passamos a identificar que toda a hostilidade da personagem é, na verdade, apenas uma questão de perspectiva. O enredo desenvolve de forma mais profunda a personalidade de Abby e somos levados a entender o que motivou seus atos e também a perceber todas as consequências envolvidas.

É importante mencionar que a inclusão de Abby The Last of Us 2 é feita de uma forma bastante traumática. Tudo nos leva a crer que suas ações são violentas demais e não possuem qualquer justificativa – o jogador aqui também se sente traído e a história tem um novo rumo que irrita e desperta envolvimento ao mesmo tempo. Uma loucura, né?

A inclusão de Abby The Last of Us 2 é algo que se dá de forma traumática (Foto: Reprodução/PlayStation)

Mas, apenas depois que Ellie mata simplesmente todos os seus amigos na sua própria jornada de vingança pela morte de Joel é que passamos a começar a entender as motivações de Abby. É como se muitas nuvens saíssem do caminho e permitissem que o sol ganhasse protagonismo em um dia cinza. Tudo isso se dá por meio de alguns flashbacks que não apenas esclarecem como Abby fez o que fez, mas também afirmar quem ela de fato é.

Aqui, passamos a perceber que Abby também pode ser considerada uma vitima de um mundo pós-apocalíptico e tomado por ódio. Eis que chegamos ao foco central de TLOU2: ninguém é perfeito! Não existem mocinhos ou vilões, e sim humanos cheios de falhas, erros e acertos. De certa forma, mostra também a dureza de um mundo com poucos recursos: Joel e o pai de Abby, de uma geração anterior, tinham suas ações motivadas pelo amor e o desejo de um mundo melhor, mesmo que por vezes violentas. Ellie e Abby são movidas por vingança. E arcam com as consequências pesadas desse tipo de comportamento.

Da forca aos laços emocionais

Em uma das cenas mais icônicas do trailer do jogo, Abby surge em uma forca. Ela é colocada lá pelos Serafitas – um grupo de fanáticos religiosos. Mas, Abby acaba se envolvendo emocionalmente com Lev e Yara, que evitam que ela seja morta. Ou seja, inimigos, mas nem tanto – ela acaba até mesmo os ajudando a encontrar um lugar para quem eles possam viver com maior segurança. O desenvolvimento da relação dos três é um dos pontos mais marcantes da história, principalmente em relação ao Lev.

Abby The Last of Us 2 cria uma relação importante com Yara e Lev durante a trama (Foto: Reprodução / Playstation)

Isso porque, depois que Abby mata Joel, logo ela entende que a vingança foi inútil – ela não sente nada próximo de alívio ou satisfação. Arrependida e visivelmente perturbada, ela fica presa em seu trauma, e é Lev que a faz ir de encontro com sua humanidade. Uma nova Abby surge.

O confronto e o sofrimento do jogador

É! Em dado momento e sob o comando de Abby o jogador vai experimentar um dos confrontos mais difíceis do jogo. É como se vivenciássemos uma mudança entre os papéis – cada vez que Ellie aniquila um amigo de Abby no decorrer da trama, uma parte de toda a sua humanidade fica para trás.

Nesse momento, passamos a perceber como Abby descobre como a vingança de fato pode se perpetuar. Fica nítido o seu constante vazio, além da dor que simplesmente não a abandona. Por conta de cada escolha feita por elas, o confronto torna-se inevitável. Aliás, isso sacrifica outros personagens da trama, como Jesse, Manny, Jordan, Nora, Mel e Owen.

Abby e o confronto com Ellie é um dos momentos mais difíceis para o jogador (Foto: Reprodução/PlayStation)

O combate entre as duas ocorre pelo ponto de vista da Abby e em um formato que remete bastante ao que ocorreu entre David no primeiro volume. O jogador entende o que é preciso fazer para que a história siga adiante, mas não há muita motivação em ver Ellie ser derrotada. É algo realmente difícil.

Mas, as diferenças entre as duas são respondidas daqui em diante. Ellie teve a oportunidade de cometer o mesmo erro de Abby ao matar Joel, mas, é a memória dele que salva Ellie de acabar com Abby. De certa forma, elas se libertam da culpa e o do fardo da vingança – embora as consequências e o trilho de mortes deixado no confronto serão sempre assombrações para as duas personagens.

Um final mais aberto para Abby (Alerta de muito Spoiler)

No final de TLOU2, Abby tem um encerramento mais aberto. Nada tem uma consumação, nem sobre sua trajetória ou até mesmo se ela merece de toda a redenção solicitada pelo enredo em relação ao jogador. Muitas pontas ficam soltas e permitem imaginarmos um novo encontro com a personagem numa possível sequência.

Por exemplo, ficamos sem saber se o WLF realmente destruiu os Scars ou se os Rattlers, que quase acabaram com a sua vida se transformarão nos maiores inimigos dos Vaga-lumes – onde Abby entra, no final das contas? Qual o seu papel central no grupo?

Abby coloca o jogador diante dos sentimentos atraídos pela vingança e a dor (Foto: Reprodução/PlayStation)

O fato é que Abby fala mais sobre nós mesmos do que de si. Seriamos nós a parte justa em providenciar uma relação de ódio a uma personagem tão complexa e tomada por erros impulsionados pela dor? Será que você perdoaria? Será que nós saberíamos conviver com o vazio de uma vingança? Todas essas questão ajudam a compor, finalmente, quem é Abigail "Abby" Anderson.

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