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Retrato do Amor Quando Jovem - Ed. De Bolso - Indefinido - 9788535909319

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Ficha técnica

Informações Básicas

ISBN9788535909319
ISBN-108535909311
TítuloRetrato do Amor Quando Jovem - Ed. De Bolso
AutorIndefinido
EditoraCompanhia de Bolso
GêneroLiteratura EstrangeiraPoesia

Descrição

O menor preço encontrado no Brasil para Retrato do Amor Quando Jovem - Ed. De Bolso - Indefinido - 9788535909319 atualmente é R$ 38,22.

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AGNALDO

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Morre o amor ou morrem os amantes: eis o pragmatismo de Romeu e Julieta

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Traduções: Qual é a melhor versão de “Romeu e Julieta” em português? Abaixo, separei um trecho vital da peça – a fala de Julieta sobre seu voto de amor a Romeu – em quatro versões diferentes, para que o leitor julgue qual é a mais adequada a seu gosto. Décio Pignatari (poeta) Para ser franca, para dar de novo/ Mas nada quero além do que já tenho/ Generosidade sem fim, um mar/sem fundo, assim é o meu amor; mais dera/mais ganhara – até o fim do mundo! Carlos Alberto Nunes (tradutor também de Homero) Porque. Mais generosa/de novo to ofertasse. No entretanto/não quero nada, afora o que possuo/ Minha bondade é como o mar: sem fim/ e tão funda quanto ele. Posso dar-te/ sem medida, que muito mais me sobra:/ambos são infinitos. Barbara Heliodora (tradutora – especialista em Shakespeare) Só para ser franca e dá-lo novamente/Eu só anseio pelo que já tenho/ Minha afeição é como um mar sem fim/Meu amor tão profundo: mas eu dou/Mais tenho, pois são ambos infinitos. José Francisco Botelho (Edição mais recente do mercado, lançada pela Penguin) Apenas para dá-lo novamente/Porém, desejo aquilo que já tenho/Meu espírito é vasto como o mar/E o meu amor, ainda mais profundo/Quanto mais eu te der, mais eu terei/Pois espírito e amor são infinitos. Sobre a cena acima, Hazlitt escreve: “Shakespeare não fundamenta a paixão dos dois amantes em prazeres já consumados, mas nos prazeres “ainda” por consumar. “Romeu e Julieta” é a primeira tragédia, no sentido estrito do termo, de Shakespeare. Na tragédia o indivíduo não está reconciliado com o universo, e o seu símbolo de oposição é a morte. A Morte é desde logo rival de Romeu e, finalmente, conquista Julieta, desfecho digno para amantes que correm ao encontro do próprio fim. Os gregos diziam que pessoas em situações extraordinárias são extraordinárias. Existem, no entanto, poucas indicações na peça que Romeu e Julieta querem a morte. Nas tragédias antigas o universo recusa-se a fazer a reconciliação, e vem-nos à mente a prece concisa de Julieta: “Sê volúvel, fortuna”. Shakespeare abstém-se de atribuir culpa, seja à geração dos pais dos amantes, seja aos próprios amantes, seja ao destino, ao tempo, à sorte, aos astros. A chance de o amor triunfar é muito pequena, conforme percebe Romeu na canção da madrugada: “A luz? A escuridão apavorante”. Tudo está contra o casal, incluindo a natureza. O sexual se torna erótico na peça ao ser invadido pela sombra da morte, e Shakespeare tinha plena consciência disso. Na tradição literária há sempre obstáculos para o amor. Para um “intoxicante” amor romântico permanecer efetivo é essencial que o relacionamento não se transforme em alguma outra coisa, não decline para uma amizade ou casamento, e não tenha laços estreitos com a comunidade. Alguma coisa deve existir entre os amantes que impeça a união; por exemplo, um deles seja casado (Anna Karenina e Madame Bovary), um feudo familiar (Conto do Cavaleiro, Chaucer), barreira de raça (Otelo), ou religião (A Letra Escarlate), e caso não haja barreira, os amantes devem arrumar uma. O propósito do obstáculo é claro: o desejo é intensificado ao impedir sua realização, conforme Freud e Schopenhauer revelaram em seus ensaios. Assim, quando o obstáculo que os amantes enfrentam for insuperável, a união só é possível por meio da morte. Este é o segredo, o mistério “religioso” do Amor Romântico, o mistério que é aqui representado pelo suicídio do casal. Romeu e Julieta declaram em seus suicídios: “Não há nenhum motivo para viver”, que é diferente de um mártir que diz – “Há um motivo para eu morrer”. Romeu e Julieta se divinizaram. Caso eles tivessem se tornado um casal não haveria mais discursos maravilhosos - e outras coisas mais. As tarefas reais da vida começariam, algo que a arte parece ter pouco a dizer, conforme escreve o filósofo Kierkegaard em seu livro “Ou-Ou, Um Fragmento de Vida”. Romeu e Julieta por serem idólatras um do outro, acabam cometendo o suicídio. Enfim, a popularidade da peça, que, nos dias de hoje, alcança uma intensidade mítica, é perfeitamente justificável, pois a peça constitui a maior e mais convincente celebração do amor romântico da literatura ocidental. Encerro a resenha com uma pérola: “O que há num nome? O que chamamos rosa não cheiraria tão doce em outro nome?”. Boa leitura!

Paulo

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