bom demais
Recomendo
a sutileza na escrita de Mia Couto é como poucas outras. leitura super prazerosa, com boas pontadas de crítica social sem perder a beleza na ordem das palavras que o autor carrega como dom.
Johann
• Via Amazon
ISBN | 9788535926835 |
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ISBN-10 | 8535926836 |
Título | O Último Voo do Flamingo |
Autor | Couto, Mia |
Editora | Companhia Das Letras |
O menor preço encontrado no Brasil para O Último Voo do Flamingo - Couto, Mia - 9788535926835 atualmente é R$ 42,67.
Avaliação dos usuários
4.6
242 avaliações
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bom demais
Recomendo
a sutileza na escrita de Mia Couto é como poucas outras. leitura super prazerosa, com boas pontadas de crítica social sem perder a beleza na ordem das palavras que o autor carrega como dom.
Johann
• Via Amazon
Incomparável
Recomendo
Mia Couto é um autor excepcional sem sombra de dúvidas, mas eu não esperava tantas boas surpresas na leitura deste livro. Que livro! Que narrativa! Ironias sutis. Brincadeiras na construção de palavras. Simplesmente maravilhoso.
Vera
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Texto cheio de significados
Recomendo
Primeiro livro de Couto que leio e, desde as primeiras frases, capturou minha atenção e minha sensibilidade. Usando uma versão africana de realismo fantástico (não como hipérbole da realidade, mas como uma extensão do mundo vivido, como um borrar de fronteiras), Couto nos leva a várias reflexões culturais e políticas sobre a experiência colonial (o antes, o durante e, sobretudo, o depois). Livro prenhe de significados. Recomendo.
Alex
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A guerra que nunca partiu
Recomendo
Do pouco que conheço de Mia Couto, considero este o texto em que ele mais joga com política e humor, com acidez e leveza. Há muito de sua digital literária aqui, como a questão da memória, os elementos sobrenaturais-espirituais-fantásticos-fantasmagóricos, um recuperar de tradições, certo lirismo… Mas o ponto é que o enredo já dita a peculiaridade deste romance: inexplicavelmente, soldados da ONU enviados a Moçambique numa missão de paz começam a explodir! A narrativa se desenvolve no vilarejo de Tizangara e é conduzida por um narrador sem nome que é (aleatoriamente) oficializado como tradutor pelo governo local, a fim de acompanhar o italiano Massimo Rizi durante suas investigações sobre esses inusitados acontecimentos. A partir daí, Mia Couto faz rir, faz pensar, emociona, somando personagens com histórias secundárias ou paralelas muito interessantes. A prostituta Ana Deusqueira, o padre Muhando, a velha Temporina, entre outros, vão se entrelaçando aos acontecimentos com fluidez, garantindo uma paisagem humana dinâmica e que dá gosto de observar… O diálogo do investigador italiano com o recepcionista da pousada de Tizangara, por exemplo, satiriza genialmente o embate entre 'europeu' e 'africano'… Me fez gargalhar! Parte das memórias de infância do narrador-tradutor dão um respiro (ou um suspiro) ao leitor… Enquanto isso, o sobrenatural-espiritual-fantástico-fantasmagórico vai ganhando cada vez mais lugar, até termos a certeza de estarmos diante da caneta de Mia Couto. Menos do que tentar distinguir o 'natural' e 'sobrenatural', mais vale se jogar e aceitar que essas fronteiras talvez não tenham tanta importância na geografia literária do autor. Mas lembra que eu falei de política? O livro, mesmo sendo leve, não foge a uma discussão 'pós-colonial'. Sim, um 'pós' no sentido do tempo e das experiências que se seguem 'após' a conquista da independência, mas acho que aqui vale um pouco mais a ideia dos 'pós' coloniais… No sentido de 'pó'/'poeira', sabe? No plano teórico, a colonização acabou, mas, na prática, Tizangara é uma cidade coberta de pó colonial… Nas relações sociais, nas estruturas, na política, nos espaços, em tudo resta o pó do período de dominação. A faxina parece nunca estar completa, de forma que, afinal, conclui-se que a guerra nunca partiu. Uma guerra literal, mas também simbólica, que coloca as personagens e os espaços numa corda bamba sustentada pelo passado que não foi vivido e pelo futuro que ninguém sabe se virá [vou evitar spoiler, mas um elemento central da narrativa é, na minha visão, justamente uma metáfora bem evidente desse colonial que foi sem nunca ter (s)ido…]. "A guerra o que havia feito de nós? O estranho era eu não ter sido morto em quinze anos de tiroteios e sucumbir agora em meio da paz. Não falecera da doença, morria do remédio?". Fazendo uma avaliação honesta, acredito que este romance não vá ficar muito marcado em mim. Tive a sensação de que o peso do enredo e de algumas personagens não foi devidamente sustentado até o final da narrativa. O voo do flamingo perde altura em um ou outro momento… Mesmo assim, gostei bastante da leitura, dessa equação de política e humor que eu ainda não tinha visto pelas terras de Mia Couto. Não virou livro favorito, mas foi uma experiência prazerosa e enriquecedora. Obs.: o título do livro é explicado mais de uma vez ao longo do romance, por isso não falei nada a respeito… Aliás, achei que o título é justificado até demais! rs
Ana
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