Logo Buscapé
Logo Buscapé

O Homem Que Sabia Javanês e Outros Contos de Lima Barreto - Nova Ortografia - Barreto, Lima - 9788577994182

O preço está bom

Com base nos últimos 40 dias, o valor está próximo da média de R$ 28,41

Quer pagar mais barato?

Avisamos quando o preço baixar

Compare preços em 3 lojas

Ordenar por

Histórico de Preços

O preço está bom

Com base nos últimos 40 dias, o valor está próximo da média de R$ 28,41

Quer pagar mais barato?

Avisamos quando o preço baixar

Ficha técnica

Informações Básicas

ISBN9788577994182
ISBN-10857799418
TítuloO Homem Que Sabia Javanês e Outros Contos de Lima Barreto - Nova Ortografia
AutorBarreto, Lima
EditoraBestbolso
GêneroLiteratura NacionalContos e Crônicas

Descrição

O menor preço encontrado no Brasil para O Homem Que Sabia Javanês e Outros Contos de Lima Barreto - Nova Ortografia - Barreto, Lima - 9788577994182 atualmente é R$ 28,41.

Avaliação dos usuários

4.3

132 avaliações

Exibimos as avaliações mais relevantes da Amazon

Produto original

Recomendo

Muito bom! Veio conforme o anunciado.

Leide

• Via Amazon

Péssimo

Não Recomendo

Nunca imaginei avaliar tão mal a obra de um gigante da literatura nacional. Mas a minha experiência com esse livro de variados contos (não só do homem que sabia javanês) foi realmente decepcionante. Os contos pretendem ser críticas sociais, mas eles simplesmente não tem final. Parecem se encerrar a esmo, do nada e em direção ao nada. Apenas o último tem algum final, mas era tão ruim que não fez diferença. Os anteriores tinham grande potencial, se não fosse a determinação do autor em não dar um final conclusivo, decente. Chato, isso, hein...

Carla

• Via Amazon

Excelente

Recomendo

Muito, muito satisfeito com o livro adquirido.

JoãoNeto

• Via Amazon

Cinco contos de Lima Barreto

Recomendo

Temos aqui um livro “de bolso”, um pouco maior do que os da L± a capa é flexível e não há orelhas. Com 18 cm de altura, 12 cm de largura e 142 páginas, a edição é bastante simples; suas folhas brancas são bem finas, deixando ver a sombra do que está no verso, mas sem prejuízo à leitura, principalmente porque temos letras grandes e linhas bem espaçadas. O livro contém ainda algumas ilustrações em preto e branco, que não chegam a ser um atrativo. Há espaço razoável, nas margens, para eventuais marcações. Os contos aqui presentes são os seguintes: - (1911) “O Homem que Sabia Javanês” - (1914) “Um Especialista” - (1910) “A nova Califórnia” - (1910) “Miss Edith e seu tio” - (1914) “Como o ‘homem’ chegou” Os dois de 1910 são os mais fracos da coleção, embora possam conter trechos de algum valor. O passo abaixo, por exemplo, extraído de “A nova Califórnia”, merece algum estudo, haja vista técnica empregada pelo autor conferir um incremento sucessivo de movimento e magnitude à cena do Cemitério, o ‘rendez-vous’ macabro de que (quase) todos os munícipes participam: « À noite, porém, o doutor percebendo que a mulher dormia, saltou a janela e correu em direitura ao cemitério; Cora, de pés nus, com as chinelas nas mãos, procurou a criada para irem juntas à colheita de ossos. Não a encontrou, foi sozinha; e Dona Emília, vendo-se só, adivinhou o passeio e lá foi também. E assim aconteceu na cidade inteira. O pai, sem dizer nada ao filho, saía; a mulher, julgando enganar o marido, saía; os filhos, as filhas, os criados — toda a população, sob a luz das estrelas assombradas, correu ao satânico rendez-vous no "Sossego". E ninguém faltou. O mais rico e o mais pobre lá estavam. Era o turco Miguel, era o professor Pelino, o doutor Jerônimo, o Major Camanho, Cora, a linda e deslumbrante Cora, com os seus lindos dedos de alabastro, revolvia a sânie das sepulturas, arrancava as carnes ainda podres agarradas tenazmente aos ossos e deles enchia o seu regaço até ali inútil. Era o dote que colhia, e as suas narinas, que se abriam em asas rosadas e quase transparentes, não sentiam o fétido dos tecidos apodrecidos em lama fedorenta... » (pp. 72-73) Quanto a “Como o ‘homem’ chegou”, é um conto com fundo biográfico, escrito dias depois de Lima ter sido recolhido ao hospício pela mão da polícia, a pedido do irmão, em decorrência de um longo episódio de surto deflagrado por uma intoxicação alcoólica grave. Apesar da dimensão pessoal, há muito menos rancor e vingança neste conto do que nas caricaturas das “Recordações do Escrivão Isaías Caminha”, fato que é muito positivo para a força da ficção. Ademais, dispõe de dois ingredientes valiosos em produções do gênero: (1) uma idéia forte, dotada de unidade e nitidez; e (2) uma “sacada” técnica capaz de fazer tal idéia desenvolver-se não apenas como conteúdo, mas também por meio do estilo. A boa idéia de Lima foi contar a história do aprisionamento e do transporte de um louco (Fernando, doravante o “homem”), mostrando como a pessoa do resgatado assume importância absolutamente secundária para os encarregados da missão, que demora quatro anos e termina com o “homem” sendo examinado não num hospício, mas no necrotério público. Para atingir a forma adequada de narrar tal história, Lima recorre a alguns expedientes de ordem técnica, dos quais destaco dois. O primeiro é a valorização descritiva e narrativa da “caixa-forte” em que vai o homem; todo de aço, o trambolho é louvado pela autoridade policial, e a ele o narrador se refere com diversos substantivos (“masmorra ambulante”, “almanjarra”, “ergástulo”, “carro feroz”, “prisão couraçada”, “fetiche”, “caranguejola”, “cárcere ambulante”, “calistênica”), numa amplificação vocabular que não só contrasta com a ignorância, patente ou presunçosa, dos envolvidos na operação, como também confere à caixa um vulto grandioso que implica o apequenamento de seu hóspede, o “homem”. O segundo expediente (que em certo sentido contém o primeiro, mas possui maior diversidade de formas) é a imposição contínua de desvios e pequenos contratempos — à viagem e à cadeia narrativa, ao mesmo tempo. É nesse espírito que, como vimos, sempre há uma forma nova de chamar o “carro-forte”, mas é também por esse motivo que o autor escolhe, por exemplo, preencher três linhas enumerando diferentes palavras relacionadas a “barco”. Também fazem parte do truque a inserção constante de personagens novas, com nomes próprios que vão-se sucedendo (contrastando com o “homem” quase sem nome), e a própria criação de diálogos inúteis e falsos-problemas, sempre tomados com seriedade e pompa. Rara vez torna à memória dos envolvidos (e à ordem do texto) a existência do prisioneiro, que é visto como uma vida tão diferente da deles, tão não-homem, que chegam a ignorar “se essa espécie de doentes comia”. O resultado, porém, é menos satisfatório do que o esperado. Isso porque o excesso de desvios e personagens menores, as pequenas ironias de frase, o movimento disperso e os dúbios processos de amplificação, tudo isso cria uma linha de narrativa um pouco difícil de acompanhar. Parece faltar uma “voz de fundo” unitária, que nos ajudasse a seguir o texto com um pouco mais de atenção e envolvimento. Quanto a “O homem que sabia javanês”, é um conto com bom acabamento, bem-amarrado, e com linha narrativa assaz simples. A escolha do autor pelo diálogo “assimétrico” (o protagonista do conto está narrando sua história a um amigo, à mesa do botequim) parece ter sido acertada, porque ajuda a entrecortar uma história improvável e cheia de trapaças com algumas exclamações e questionamentos, animando e dando verossimilhança ao conjunto. A moral da história é uma já conhecida do leitor de Lima Barreto: não há coincidência entre o ser prestigiado como intelectual e o ser de fato um intelectual; é muito fácil passar-se por sabido sem o ser, e o pseudo-intelectual consegue subir na vida, ganhar cargos e ser “badalado”, se for bem relacionado e tiver seus pistolões. Parece-me justo que seja este o mais famoso conto de Lima Barreto, não apenas porque é bem-feito, como também porque ataca de modo certeiro o tema do “doutor”, tão caro ao autor do “Policarpo Quaresma” Por fim, “Um Especialista” é outra narrativa que merece destaque. O início é morno, mas Lima consegue um feito a meu ver respeitável para um contista. Para explicá-lo proponho que leiamos primeiro esta descrição de Alice: « — É uma coisa extraordinária! Uma maravilha! Nunca vi mulata igual. Como esta, filho, nem a que conheci em Pernambuco há uns vinte e sete anos! Qual! Nem de longe! Calcula que ela é alta, esguia, de bom corpo; cabelos negros corridos, bem corridos; olhos pardos. E bem fornida de carnes, roliça; nariz não muito afilado, mas bom! E que boca, Chico! Uma boca breve, pequena, com uns lábios roxos, bem quentes... Só vendo mesmo! Só! Não se descreve. (p. 37) Quem diz isso é o Comendador, um português que guarda declarada preferência, em seus casos extraconjugais, pelas negras e mulatas. A palavra “especialista” não aparece noutra parte do conto além do título, mas tem ligação profunda com este trecho. O Comendador fala aqui como um conhecedor de mulatas, podendo compará-las e descrever, nesse tom lascivo e enfático, os traços físicos que numa delas mais lhe aprazem. Fala como “especialista”. Só que a descrição acima guarda um segundo plano de significação. Chama atenção já na primeira leitura, não sei se porque parece dar sentido ao título ou se simplesmente por seu erotismo, mas também deixa algo no ar. Sua ambivalência começa a despontar quando o Coronel, amigo do Comendador, ouve um comentário maldoso sobre o casal (“Parecem pai e filha”) e passa a constatar sutis semelhanças entre os dois amantes. O leitor acompanha tal raciocínio e logo retorna ao trecho descritivo para analisar como, cuidadosamente, os caracteres tipicamente negros da moça são temperados com outros que indicam sua ascendência branca (o cabelo liso, o olho mais pardo, o nariz um pouco fino, a pequenez da boca), num processo minucioso de escolher adjetivos. Também há ali a indicação de que nosso “especialista” começou cedo sua prática: amigou-se a uma mulata há vinte e sete anos em Pernambuco. Será que o autor enfatizou tudo isso por acaso? Será que…? As últimas linhas do conto comportam uma dramaticidade que não é derramada ou grandiloquente, mas que é forte o bastante para pôr a cena diante dos nossos olhos. Não vou estragar o final, mas concluo: neste conto, Lima Barreto conseguiu contar uma história milenar, o incesto entre pai e filha, de modo pessoal: com voz própria, com equilíbrio, com técnica e com a possibilidade de colocar uma questão que muito o preocupava (a raça, a exploração das mulheres negras por homens brancos) sem dar ao texto um tom de militância pentelha. JULGAMENTO: O livro é simples, mas é o que se pode esperar dum livro de bolso. Os contos são poucos, alguns valiosos e outros de menor relevância. Vale o preço e ficará com quatro estrelas.

T.

• Via Amazon