Escrito em 1972, porém atual e certeiro nos vaticínios que fizera
Recomendo
Essa obra foi escrita no longínquo ano de 1972. Freyre já se havia dedicado ao estudo da história, da sociologia e da antropologia concernentes à formação da sociedade brasileira e decidiu escrever um livro sobre o futuro, uma como sociologia do futuro. É grande o número de acertos do autor quanto a eventos que vieram a se suceder décadas depois da primeira publicação da obra. O estilo de Gilberto, embora tenha qualquer coisa de proustiano e joyceano, como ele mesmo reconhecia, é singular e delicioso. Em muitas passagens, vaidoso, Freyre refere o sucesso de suas conferências universitárias nos Estados Unidos e na Europa, suponho que como contraponto ao desprezo que lhe votavam muitas academias brasileiras pela adesão do autor ao regime militar iniciado em 1964. Entretanto, Gilberto nunca foi um direitista extremado, senão um anarquista, no melhor sentido da palavra, compreensão esta que as esquerdas nunca tiveram a seu respeito, malgrado sua simpatia pelo regime autoritário começado em 1964. Aliás, no passado, fora acusado de comunista. O livro é uma compreensiva abordagem das ciências humanas para predizer possíveis futuros, e o consegue de forma expressiva e surpreendente, repita-se.
Roberto
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