A Revolta Da Cachaça - Callado, Antonio - 9788503012669

O negro no Brasil.

O conto de Antônio Callado mostra as dificuldades do negro em papéis importantes no teatro e sua presença sempre nos papéis de menor importâncias. De uma maneira cômica.

Em setembro de 2021 • Via Amazon

Metateatro sobre o protagonismo (ausente) do negro

Depois de sua peça, "Pedro Mico", protagonizada por um personagem negro, ser representada por atores brancos utilizando a prática racista do blackface, Antonio Callado decide utilizar o próprio teatro para denunciar a situação de marginalidade do ator negro no teatro - sendo esta uma consequência do papel social marginalizado do próprio negro na sociedade. Buscando o protagonismo que lhe é devido, Ambrósio, personagem negro, vai atrás de um casal de amigos brancos, Vito e Eduarda, sendo que com a segunda ele tivera um relacionamento anterior e com o primeiro existe uma sugestão de uma possível relação amorosa. Usando vários subterfúgios, começando pelo envio de um tonel de cachaça, Ambrósio busca convencer Vito a terminar uma peça histórica que começara e prometera para ele 10 anos antes, "A Revolta da Cachaça", onde finalmente haveria um protagonismo negro. É através desse interessante recurso meta ficcional, que relaciona situações históricas com o presente, que o papel do negro no teatro e na sociedade é discutido. Reconhecendo o racismo que permeia explicitamente (através de papéis sempre secundários e serviçais para personagens negros) e implicitamente (aquele que se encontra sutilmente mesmo entre amigos), Callado demonstra uma visão pessimista para mudanças. Sua própria obra, especialmente em seu final, demonstra essa visão de que dificilmente as coisas mudarão. Um ponto interessante é notar que apesar da obra se propor discutir o papel do negro, é sempre no masculino. Não existe o mínimo reconhecimento de como e onde se encontra a mulher negra no teatro ou na sociedade, mantendo a maior invisibilidade que esta possui em relação ao negro masculino. Enquanto Callado fala sobre a marginalização

Em novembro de 2016 • Via Amazon