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A Mente Imprudente - Lilla, Mark - 9788501111326

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Ficha técnica

Informações Básicas

ISBN9788501111326
ISBN-108501111325
TítuloA Mente Imprudente
AutorLilla, Mark
EditoraRecord

Descrição

O menor preço encontrado no Brasil para A Mente Imprudente - Lilla, Mark - 9788501111326 atualmente é R$ 39,83.

Avaliação dos usuários

4.6

83 avaliações

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Excelente

Recomendo

Achei um excelente livro

Eugênia

• Via Amazon

Entrega mais do que promete

Recomendo

Existe uma boa quantidade de livros com essa abordagem histórica, em sua maior parte lidando com os intelectuais que subscreveram as ditaduras mais sanguinárias do século XX, especialmente comunistas (afinal houve muito mais intelectuais referendando, relativizando, contemporizando ou edulcorando estas - aliás, ainda há), mas também a nazista, além de algumas obras que revelam o charlatanismo de certas figuras – também politicamente engajadas. No final do meu comentário eu listo o que acredito ser todos os livros que já foram traduzidos para o Português dentro desse espectro. Eu entendo este espaço como avaliação de produto, por isso me concentro na qualidade do material e outras informações editoriais e evito externar impressões de leitura, mas aqui seguem algumas: Esse livro entrega mais do que promete, pois não se aferra de maneira muito específica à relação leviana dos intelectuais em questão com a política. Cada ensaio serve também como introdução aos respectivos autores (tanto quanto possível - os capítulos têm entre 20 e 30 páginas). Lilla demonstra conhecer bem a obra de todos e logo no início dá a letra de que não pretende desencorajar ninguém a estudá-los, sendo que ele próprio tem se beneficiado da leitura de tais intelectuais. A maneira como ele expõe o desenvolvimento intelectual de cada um e explica as ideias gerais e aspectos tácitos subjacentes às obras, que só podem ser entendidos através de correspondência e outros meios (seguindo sempre a fonte primária), é fantástica (especialmente sobre Walter Benjamin). E isso sem cansar o leitor com várias citações. Os comentários do autor são objetivos e claros, não deixando espaço a acusações de que haja de má-fé ou com distorções, afinal 4 dos 6 intelectuais analisados são, assim como ele, esquerdistas. Apenas no capítulo sobre Derrida que ele se manifesta de modo mais subjetivo, embora eu não discorde de uma vírgula. Lilla percorre magistralmente o dédalo de Derrida para desvelar aquilo que os circunlóquios do francês, numa miríade de afirmações que anulam a si mesmas, obscurecem. O destaque desse capítulo é a fala do Derrida em que ele faz pouco caso das ambiguidades e contradições do seu pensamento, diz até gostar de quando isso é notado, revelando, em suas próprias palavras, que sua principal função é ser um provocador. Eis um grande problema! Ser um provocador, ou um polemista, não tem problema. Karl Krauss, talvez até Emil Cioran, encaixam-se nisso. E são grandes escritores. Porém, suas ideias são tomadas com importância a um nível individual. Suas ideias não são encaradas como um programa a ser seguido a nível acadêmico, como a Desconstrução. Ninguém faz profissão de fé de seus pensamentos, como algo a ser disseminado e estabelecido como padrão, como acontece com os escritos de Derrida. Claro que o escritor francês não é ingênuo, em seus livros ele não se coloca como mero provocador, mas se posiciona como uma autoridade linguística requerendo aceitação de teorias repletas de aporias e paradoxos intransponíveis. De qualquer maneira, o problema maior não é ele, e sim a maneira como sua obra é recepcionada, que revela uma tara acadêmica por tudo aquilo que é pretensioso e abstruso (para mais detalhes sobre isso, favor conferir o livro de Sokal e Bricmont da lista abaixo), o que descortina também o desespero marxista moderno de aderir a qualquer coisa que tenha um espírito revolucionário, disruptivo, para alinhar com sua concepção política, agora com nova roupagem que esconde seu lastro obsoleto e dissimula suas raízes - fazendo os incautos estudantes de letras, sociologia e direito pensarem que Derrida e Foucault estão comprometidos com questões pragmáticas ou técnicas. E aqui está o ponto fulcral: o comprometimento de Derrida não é com as ideias marxistas (que ele despreza, por sinal), mas com o "espírito marxista", segundo suas próprias palavras. Esse capítulo e o do Foucault expõem, de uma vez por todas, os propósitos políticos-ideológicos das obras desses autores, que muitos ingênuos ou ignorantes ainda insistem em alegar estarem isentas disso (a despeito de não serem panfletárias, o que garante certa importância). O que Carl Schmitt fala de "decisão soberana arbitrária" me fez lembrar, ironicamente, daquilo que condenou sua doutrina política: o tribunal de Nuremberg. Vejo este episódio como soberania arbitrária e dentro dos termos mesmo de Carl Schmitt (que não são pejorativos). É o que Gabriel Liiceanu chama de "ditadura temporária", o que também remete a certa ideia de ditadura de Schmitt, quando ele (Liiceanu) diz que faltou isso para condenar de fato a experiência comunista na Romênia, em vez daquele desmonte abrupto, capturando o ditador, fuzilando-o junto a sua esposa e ponto final. Talvez essa diferença entre a condenação do nazismo e a do comunismo contribua, a meu ver, no motivo pelo qual haja um consenso (pelo menos público) de que o nazismo é inaceitável, enquanto o comunismo, sempre uma alternativa. No capítulo sobre Kojéve, é dito que Sartre não frequentava suas aulas. Bom, eu já li o contrário. No livro da Annie Cohen-Solal (principal biógrafa de Sartre) certamente deve ter a informação correta. E por falar em Sartre, embora a imprudência dele seja notada em dois capítulos, senti falta de um capítulo inteiro dedicado ao mesmo. Outra coisa de que senti falta foi que quando o Lilla reflete sobre a questão do intelectual-filósofo-político-tirano, num perspicaz retorno à relação de Platão, Díon e Dionísio, ele deixou de lançar um olhar para a expressão máxima nos tempos "atuais" do intelectual com pretensões de filósofo que se tornou déspota. Frederico II, amigo de Voltaire e amante das mais altas expressões do espírito humano, chegou até a escrever uma obra admoestando Maquiavel (O Anti-Maquiavel), principalmente no que concerne à dominação, porém quando chegou ao poder não se furtou em fazer aquilo que condenara. A propósito, há uma ótima edição dessa obra em português pela Martins Fontes. Provavelmente, o ponto alto é o arremate do livro (epílogo e posfácio). Agora eu me abstenho de julgamentos ou avaliações, apenas rogo para que, após finalizada a leitura, reserve pelo menos um dia para ruminar sobre as reflexões levantadas. Como prometido no primeiro parágrafo, aqui segue um levantamento que pode ser útil: Os Intelectuais (Paul Johnson) Os Intelectuais e a Sociedade (Thomas Sowell) A Traição Intelectual (Julien Benda) ** O Terrorismo Intelectual (Jean Sevilla) Passado Imperfeito - um olhar crítico sobre a intelectualidade francesa no pós-guerra (Tony Judt) O Peso da Responsabilidade (Tony Judt) Pensadores da Nova Esquerda (Roger Scruton)* Tolos, Fraudes e Militantes (Roger Scruton)* Os Mestres Pensadores (André Glucksmann) O Ópio dos Intelectuais (Raymond Aron) Imposturas Intelectuais - o abuso da ciência pelos filósofos pós-modernos (Alan Sokal e Jean Bricmont) A Mente Cativa (Czesław Miłosz) - coletânea de ensaios sobre a sabujice dos intelectuais poloneses ao comunismo. Livros parcialmente relacionado ao tema: O Passado de uma Ilusão - ensaios sobre a idéia comunista no século XX (François Furet): Há aqui um pequeno estudo sobre o entusiasmo que a Revolução Russa provocou em três intelectuais da época, dois franceses e um húngaro (Pierre Pascal, Boris Souvarine e Gyorgy Lukács) - após visitarem a URSS, os franceses deixaram de apoiar o regime (a mesma experiência ocorreu com vários outros intelectuais e alguns escreveram livros sobre suas decepções, como André Gide e Joseph Roth), enquanto Lukács manteve seu apoio. Sobre o blablablá e o mas-mas dos filósofos (Frederic Schiffter): No meio do livro temos alguns parágrafos contundentes dedicados ao que nos interessa aqui. Para uma (tentativa de) refutação do tipo de livro supracitado: Representações do Intelectual (Edward Said): O autor critica a crítica de alguns dos autores dessa lista, como Paul Johnson e Julien Benda, e apresenta suas ideias - geralmente derivadas de Gramsci. Vale a pena ler. Não procurem apenas aquilo que confirmem suas opiniões! Busquem confrontar suas convicções com o contraditório. Uma outra abordagem entre intelectuais e política: A Guerra Particular de Lenin - a deportação da intelectualidade russa pelo governo bolchevique (Lesley Chamberlain): Aqui é descrita a perseguição que Lenin moveu a dezenas de filósofos, cientistas, artistas e jornalistas, prenunciando em 15 anos o Grande Expurgo (mais uma prova de que as ações de Stálin foram continuidades das de Lenin) Há outros trabalhos nessa linha que não empolgam tanto, como o água com açúcar "Os Intelectuais e o Poder" do Norberto Bobbio e as baboseiras das três palestras do Sartre que foram reunidas no livro "Em Defesa dos Intelectuais", em que diz que o papel do intelectual é "contestar os princípios da classe dominante" (numa visão completamente obnubilada do que é essa classe e quais são seus princípios) e em outras palavras afirma que o intelectual deve ser esquerdista - uma mentalidade totalitária muito coerente a quem defendeu um dos regimes mais totalitários de todos os tempos. A esse clamor sartriano, "O Homem Revoltado" do Camus é um ótimo contraponto. * Já vi muita gente dizendo que se trata do mesmo livro com títulos diferentes. Não é! De fato, um é a versão atualizada do outro, mas tem ensaios da primeira edição que foram cortados na segunda. ** Um cliente disse aqui que o Lilla não faz referência ao Benda. Faz sim! No final do epílogo, ele cita a expressão "trahison des clercs", numa clara referência à obra homônima (que no Brasil não foi traduzida literalmente) *** Imprescindível conferir a versão brasileira desses "tratados da insolência intelectual" - A Corrupção da Inteligência (Flávio Gordon)

André

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Bom, mas A Mente Naufragada é melhor!

Recomendo

Para quem busca um texto mais curto, de linguagem direta e sem exagero de citações, vale a pena. Um dos trunfos de Mark Lilla está em sua lucidez, tanto ao criticar, quanto ao reconhecer os diferentes pontos fortes e vulnerabilidades contidos nos pensamentos à esquerda e à direta. Esse movimento aparece em seus dois livros: A Mente Naufragada e A Mente Imprudente. Algumas análises sobre os pensadores são menos empolgantes (Hannah Arendt, Karl Jaspers, Martin Heidegger,); já outros trechos são muito mais contundentes (em especial, os comentários sobre Foucault, Derrida e Carl Schmitt). O prefácio e a parte final, são indispensáveis, sobretudo pelo termo "sedução de Siracusa", um crítica feita por Lilla acerca do afastamento, da arrogância e mesmo da cegueira, de tantos intelectuais que emprestam artigos, depoimentos e acabam por defender partidos, modelos de governo e candidatos e políticos indefensáveis. Esse ponto, em especial, me parece algo profundamente atual e que vale a leitura!

Andre

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Excelente

Recomendo

O livro consiste na reunião de diversos artigos escritos pelo autor para revistas de resenhas dos Estados Unidos; nesse sentido, Mark Lilla aproxima-se da produção de outro cientista social amplamente reconhecido (e com justiça), o falecido historiador Tony Judt. No presente livro, Lilla analisa a carreira e a obra de diversos pensadores que decidiram transpor os limites que separam prática política e reflexão intelectual para deixarem influenciar - poderíamos dizer: deixaram contaminar - a reflexão intelectual pela sua prática política. Em alguns casos, essa transposição revela-se profícua; mas os casos analisados por Lilla - e que podemos lamentar como sendo a maioria - revelam-se como sendo de fracasso intelectual em virtude dos interesses políticos. Em vez de terem clareza de que deveriam separar os ofícios, os intelectuais analisados - Carl Schmitt, Martin Heidegger, Michel Foucault e outros - não hesitaram em sacrificar-se; para piorar, a intelectualidade posterior a eles celebra o que deveria ser lamentado e repudiado. No início do século XX, o intelectual francês Julien Benda chamou essa confusão nociva de "trahison des clercs" ("traição dos clérigos"): é exatamente disso que se trata nas "mentes imprudentes". Mas, de modo mais radical e mais certeiro, no século XIX o também francês Augusto Comte afirmava a necessidade de separação entre os poderes "Temporal" e "Espiritual", ou seja, entre aqueles devotados à vida política e aqueles devotados à elaboração intelectual: quando o poder Espiritual deixa de apenas refletir sobre a política e passa a subordinar as suas elaborações aos interesses do poder Temporal, o que há é degradação mental e moral. É o que se vê largamente no Brasil dos dias atuais, entre esquerdistas e direitistas: em função desses elementos todos, o livro de Mark Lilla é uma excelente reflexão (ainda que o autor lamentavelmente não faça referências a Comte ou a Benda).

Gustavo

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