EMILY E SUA CÁPSULA DO TEMPO CRAVEJADA DE JOIAS
Recomendo
Nem sempre é fácil adentrar o universo particular de um poeta. E isso é mais difícil ainda quando ele é estrangeiro, de uma cultura bem diferente da sua, nascido no século XIX, e mulher. O impossível mesmo surge quando a poeta, no caso, Emily Dickinson é traduzida por um homem; no caso, Ivo Bender. Mas veja bem: a tradução do profissional é boa, e colocá-la bem ao lado da versão original, é um detalhe primoroso que poucos tradutores têm a coragem de fazê-lo. Porém, em toda tradução, algo sempre acaba se perdendo, esse é o carma da tradução, infelizmente. O tradutor aqui até manteve a ideia, mas a deliciosa sonoridade se esvaiu. Mesmo assim, ainda é possível sim percorrer os ambientes externos e fechados que Emily nos apresenta, a natureza é forte nela; mas são os seus sentimentos, lamentações, desejos, alegrias e tensões psicológicas que nos fazem ler e reler os seus pequenos poemas sem títulos, mas tão verdadeiros em seu desespero.
Bruno
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