Citações sobre a arte física do livro
Recomendo
Este livrinho que cabe na palma da mão traz uma compilação de trechos selecionados por Plínio Martins Filho sobre a arte invisível, ou seja, a arte do design do livro. Embora celebre o conceito, acho importante frisar que editoras como a finada Cosac Naify e a excelente Carambaia transformaram o sentido dessa expressão, pois fazem livros cujo design é bastante visível mesmo para o leitor desatento à forma. O design também é um dos seus trunfos editoriais. Quem tem em mãos um livro delas e não percebe o estudo que foi feito para compor aquela harmonia de materiais, cores, tipografia, diagramação e texturas quase certamente é um brutamonte. Alguns trechos selecionados deste livro: “O uso generalizado de corpo menor para as citações é questionável… Normalmente, as citações são uma parte essencial do texto; compô-las num corpo menor parece reduzir-lhes a importância à de um intermediário entre o texto do autor e suas notas de rodapé.” – Hugh Williamson “O trabalho real de um designer de livro não é fazer as coisas parecerem 'legais', diferentes ou bonitinhas. É descobrir como colocar uma letra ao lado da outra de modo que as palavras do autor pareçam saltar da página. O design de livro não se deleita com sua própria engenhosidade; é colocado a serviço das palavras. Um bom design só pode ser feito por pessoas acostumadas a ler – por aquelas que perdem tempo em ver o que acontece quando as palavras são compostas num tipo determinado.” – Richard Hendel [um comentário meu sobre esse trecho de Hendel: pessoas que são acostumadas a ler podem fazer um péssimo design de livros; podem aliás não entender nada da estética do livro] “Um design excelente e eficiente não depende de materiais caros ou de uma produção sofisticada, mas, antes, de escolhas adequadas, de julgamento inteligente, da aplicação sólida dos princípios tipográficos e da obediência a padrões de forma e estética.” – Anita Walker Scott As citações escolhidas por Plínio Martins Filho não formam um fio. São vários autores opinando sobre a arte invisível, e alguns “discordam” entre si. Na minha edição faltaram as páginas de 112 a 128.
Barbara
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